10 outubro 2005

Projeto de lei nº 2.670/2005


O Sr. Presidente - A Mesa passa a receber proposições.

- Nesta oportunidade, são encaminhadas à Mesa as seguintes proposições:

Projeto de Lei nº 2.670/2005
Determina a adaptação de caixas eletrônicos para utilização por pessoas portadoras de deficiência nas agências bancárias do Estado de Minas Gerais.
A Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:
Art. 1º - As instituições bancárias que atuam no Estado de Minas Gerais deverão adaptar, em cada agência bancária, pelo menos um caixa eletrônico para utilização por pessoas portadoras de deficiência física locomotiva.
Art. 2º - Esta lei entra em vigor da data de sua publicação.
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.
Sala das Reuniões, 22 de setembro de 2005.
Biel Rocha

Justificação:
Recentemente, o professor universitário, deficiente físico e cliente do banco Bradesco, Franco Groia, morador da cidade de Juiz de Fora, teve uma vitória inédita na Justiça, quando o Juiz Paulo Tristão Machado, da 8ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora, condenou o banco a adaptar, no prazo de 30 dias, um caixa eletrônico do qual ele pudesse fazer uso sozinho, sem precisar ceder sua senha a nenhum desconhecido ou ter que se restringir a usar o banco apenas nos horários de funcionamento, das 10 às 16 horas.
Na sentença, o Juiz, além da indenização por danos morais, estabeleceu uma multa diária de R$500,00, em caso de descumprimento da determinação de adaptar ao menos um caixa eletrônico no prazo de 30 dias.
O Banco reduziu a altura de um dos caixas. "Mas ainda falta adequar alguns itens, como o tempo que o caixa concede a cada operação", diz Groia. "Para um deficiente esse tempo é implacável", completa. Os argumentos do advogado de Groia, acatados pelo Juiz, foram essencialmente calcados no Código de Defesa do Consumidor, que assegura ao cliente um atendimento de forma regular e eficaz. "Cabe ao banco, que se propôs a prestar os serviços bancários, adaptar-se às exigências do consumidor de seus serviços, e não o contrário", afirmou o Juiz em sua decisão.
O Bradesco usou em sua defesa, segundo consta da decisão, o argumento de que segue estritamente as normas do Banco Central, mais precisamente a Resolução nº 2.878 e a Lei nº 10.098, que dispõem sobre acessibilidade e autonomia de deficientes. Nenhuma delas obrigaria o banco a dispor de tal serviço para portadores de deficiência locomotiva. Mas o Juiz Paulo Tristão Machado Júnior diz que tais dispositivos citados pelo banco devem adaptar-se ao Código, e não o contrário. "O Bradesco, a maior instituição financeira privada do País, com lucros recordes de conhecimento geral, chegou ao absurdo de nesta audiência sugerir que o autor procure um banco que atenda suas necessidades", disse o Juiz. "Seria até mesmo politicamente mais viável atender a todos os consumidores dos seus serviços, sem exceção, do que desprezá-los e recomendar que procurem outra instituição".
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Bradesco informou apenas que o banco atendeu prontamente a decisão da Justiça, de forma a adaptar um de seus caixas de auto-atendimento a portadores de deficiência locomotiva.
Consideramos essa vitória histórica e verdadeiro marco na reafirmação dos direitos das pessoas portadoras de deficiências. Assim, apresentamos este projeto de lei, que visa a determinar aos bancos que atuam no Estado a imediata recepção da determinação contida na sentença, adaptando ao menos um caixa eletrônico em cada agência, demonstrando, assim, sua preocupação com o atendimento apropriado de todo e qualquer cliente.

- Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça e de Direitos Humanos para parecer, nos termos do art. 188, c/c oa rt. 102, do Regimento Interno.
(Fonte: Assembléia Legislativa de MG)

05 outubro 2005

Imagens de "Relações Modernas"


Imagens do curta-metragem "Relações Modernas", dirigido por Marcelo Esteves Freguglia e produzido por Franco Groia em 1996. Nas fotos, Flávia Lima e Robson Terra.

"Calçadão" por trás das câmeras



De cima para baixo, vemos o câmera Juarez Pavelak esperando a melhor luz para rodar a tomada; o ator Tadeu Santos concentrado para filmar o primeiro take do filme; e o diretor dirigindo o último ensaio com câmera da sequência final, em que a atriz Daniela Guimarães entra em cena. (Fotos de Sérgio Neumann)

Vote pela Paz, Vote pela Vida!!

Franco Groia apoia a proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil. Se você pensa o mesmo, vote "2" em 23 de outubro.

03 outubro 2005

Modernidade acaba com cinemas antigos

“À espera de um milagre”. O título do filme exibido durante a última sessão do Cine Veneza reflete a situação das grandes salas de exibição de Juiz de Fora, que estão fechando por falta de público, graças à concorrência com os cinemas Multiplex nos shopping centers. Tudo indica que esta é a nova tendência neste ramo. O Central reabriu como sala de espetáculos, o Excelsior continua “fechado para reformas” e o Palace retornou dentro da nova estética, agora dividido em duas salas e com uma proposta de divulgação cultural. O único cinema tradicional que não sofreu nenhum tipo de mudança foi o São Luís, que sobrevive graças aos filmes pornográficos que exibe. Enquanto isso, o shopping Santa Cruz abre duas salas e o Alameda, três, o que confirma a idéia de que este fenômeno pode indicar o futuro no ramo de exibição de filmes em nossa cidade.
Antes eram quinze: Cine Central, Excelsior, Palace, Festival, Glória, Popular, Rex, Para Todos, São Luís, Benfica, Auditorium, Real, Paraíso, Instituto Jesus e São Mateus. Hoje o número caiu para nove, sendo seis delas dentro de shopping centers.
A trajetória dos cinemas em Juiz de Fora se confunde com a própria história da cidade. Até os anos 30, havia uma única sala de exibição. O Politheama parecia um circo que tinha, no lugar do picadeiro, uma tela de cinema. Mas o espaço começou a ficar reduzido para os sonhos dos juizforanos. A direção do Politheama aspirava por trazer para a cidade as companhias de cinema, teatro, ópera e balé que se apresentavam no Rio de Janeiro e em São Paulo. Com isso, as famílias ricas decidiram construir um teatro que pudesse tornar isso possível. Assim nasceu, em 1930, o Cine Teatro Central, construído para abrigar 2.064 pessoas. Em uma única semana eram exibidos três filmes diferentes. Artistas como Procópio e Bibi Ferreira se apresentavam em temporadas quinzenais, com uma peça diferente a cada dia. Hoje ele não é mais um cinema. Passou por uma reforma e foi reinaugurado em 1996, recebendo desde então peças de teatro e grupos de dança.
Depois do sucesso do Central, quatorze outras salas de exibição foram construídas. Os cinemas se tornaram mania na cidade. Não havia bares nem aulas noturnas. Além de servir ao entretenimento e à diversão, as salas de exibição eram o espaço onde se cruzavam os olhos e se uniam corações. O atual gerente dos Cines Santa Cruz e do Cine Star, Waltencir Pariezzi conta: “Para que os rapazes pudessem beijar as namoradas, eles se escondiam no cinema. As moças botavam roupas novas e desfilavam perto da fila da bilheteria”. Os cinemas que existiam na cidade eram especializados. O Excelsior só exibia filmes da Fox. Não acei-tava obras de outras companhias. O Cine Central adotava uma programação que contava com filmes de aventura e ação, voltados para as classes média e baixa. O Palace exibia romances e dramas. Como as opções, o público que lotava as salas de exibição era bastante eclético. Além das sessões especiais para mulheres, havia matinês para crianças. Pessoas de qualquer idade ou sexo faziam da platéia extensão de seus lares, e da tela, projeção de seus sonhos.
Waltencir Pariezzi descreve as peripécias dos jovens na frente dos cinemas. “A fila boba causava muita graça”. Era o meio que os estudantes tinham para reclamar do aumento do preço do bilhete. “Eles entravam na fila mas não compravam o ingresso. Quando chegava a vez, saíam e retornavam ao final. Queriam só tumultuar”. O cineasta Franco Groia afirma que a crise de audiência veio, em parte, com o advento dos vídeo-cassetes e das TV’s por assinatura. As salas de exibição deixaram de ser o único meio de distribuição cinematográfica. O preço aumentou e o prazer de assitir filme no cinema ficou mais elitizado. Antes, o cinema era um evento social mais frequente. Hoje, é mais individual e esporádico. A classe baixa só vai se tiver o apelo da mídia televisiva. Começam a surgir os “cinemas de shopping”.
O Cine Veneza nasceu na contramão desta tendência, no final da década de 80, como cinema de rua, tentando resgatar a tradição das grandes salas de exibição. Infelizmente acabou fechando por falta de público. Foi o último suspiro de uma tradição. A única sala tradicional que continua ativa até hoje é o Cine São Luís, que começou exibindo filmes normais para depois cair no circuito pornográfico. A gerente Dirce Parise afirma que o público é modesto, mas fiel. A mudança dos títulos é semanal mas ela afirma que muitas pessoas costumam ir todos os dias. De qualquer forma, o São Luís continua com o maior giro de espectadores de filme pornográfico da América Latina.
O Multiplex caminha no sentido de uma maior escolha por filmes e formação de um local próprio para lazer. Com três ou quatro salas pequenas exibindo o mesmo filme, o público passa a ter maior variedade de escolha de horários. Além disso a rotatividade é maior, com a média de um filme novo por semana. Desta forma, os grandes grupos distribuidores lucram mais com a percentagem das bilheterias. “A receptividade do público é boa”, diz a gerente dos Cines Alameda, Helena Farias. O único problema apontado por ela é o excesso de procura pelas salas. “Às vezes os ingressos se esgotam uma hora antes da sessão”, diz ela.
Quanto ao futuro das grandes salas hoje desativadas, as sugestões são as mais variadas. Helena sugere sua transformação em teatros. O cineasta Franco Groia sugere a formação de centros de convenção, junto com a exibição de filmes, pois o público não pode perder o direito à escolha de assistir a um filme numa grande sala, relembrando as tradições de uma era dourada da sociedade juizforana. O importante é que grandes salas se mantenham fiéis ao seu compromisso com a difusão cultural, prinicpalmente numa época em que o comércio insiste em dar as cartas. Inclusive na sétima arte.
(Matéria publicada no "Jornal de Estudo" da Facom-UFJF, 2001)

02 outubro 2005

Casal nota 10!

Grandes amigos de Franco Groia, o casal nota 10: Eduardo Scaldini e Sheilla Rattes Scaldini.

Entre amigos no DuoCine Santa Cruz



Fotos de Franco com os amigos Fernando Costa Jr., Alexandre Alvarenga (Xanxão), André Pires e com a galera da primeira turma de Cinema, TV e Mídia Digital da Universo de Juiz de Fora. As fotos foram tiradas pela Coluna Zum, Zum, Zum do Portal Ipanorama, por ocasião do Festival Primeiro Plano 2003.

Cinema é tema da "Oficina do Saber" no Shizen




Flagrantes da palestra "Cinema, História e linguagem do Cinema" dentro da programação da "Oficina do Saber" que aconteceu no Restaurante Shizen em Juiz de Fora em 14 de junho de 2005. Nas fotos, vemos o gostoso ambiente Rabata Bar, um espaço descontraído, com sofás, puffs e poltronas; além do momento do coffee break (na mesa estão: Flávia Lima, o coordenador da Oficina Sérgio Medeiros e o cineasta Franco Groia).

Blog cultural

Blog cultural
O cineasta Franco Groia estreou seu blog (http://francogroia.blogspot.com), que tem a proposta de juntar as faces de Franco Groia, o cineasta, o amigo, o juizforano, tudo que viveu e produziu com fotos exclusivas de bastidores e clipping.
(Jornal "Tribuna de Minas", Coluna Cesar Romero, dia 02 de outubro de 2005)

30 setembro 2005

Produção de alunos da UNIVERSO ganha prêmio

Curta produzido por alunos da UNIVERSO ganha prêmio em festival
Os alunos do curso de Cinema e Televisão da UNIVERSO/Juiz de Fora, Acácio Alves Pinto Júnior, Raoni Ladeira Vidal e Josy Giarola Alcântara, conquistaram o segundo lugar no concurso “Você é o diretor”, promovido pelo site Trama Universitário, visando à criação de um clipe para o músico Tom Zé. Com duração de cinco minutos, a animação em massinha foi feita para a música “A volta do trem das 11”, em que o músico presta uma homenagem a Adoniram Barbosa. Para participar do concurso, os candidatos podiam recorrer a técnicas de animação, flash ou vídeo. O próprio Tom Zé participou da seleção dos trabalhos. Mais de 30 produções de todo o Brasil foram inscritas no concurso.Animadíssimos com a conquista, os estudantes já estão pensando em realizar novos projetos em animação. “Ganhar esse prêmio foi muito emocionante e isso nos motiva a produzir ainda mais”.
Único na região
Com duração de dois anos, o curso superior em tecnologia de Cinema e Televisão – único do gênero oferecido na região - possibilita ao aluno aprender técnicas de direção, produção, fotografia, edição, filmagem e som na área de audiovisual. Entre a equipe de professores, nomes já conhecidos e premiados no meio audiovisual, como os diretores Rogério Terra Júnior, Franco Groia e Alexandre Alvarenga.
Clique aqui para conferir os clipes vencedores

(Informativo "Notícias" do site da Universo, setembro de 2005)

Deficientes tem acessibilidade garantida em bancos

O cineasta Franco Groia venceu, ontem, uma ação judicial contra o Banco Bradesco. O cineasta movia uma ação contra a instituição pela falta de um caixa eletrônico adaptado para deficientes físicos. Com a decisão, o Bradesco fica obrigado a providenciar um terminal para o atendimento deste público em um prazo máximo de 30 dias.
Caso a determinação não seja cumprida, o banco terá que pagar uma multa diária de R$ 500. A decisão foi tomada com base na Lei de Direito do Consumidor. O advogado de Franco Groia alegou a dificuldade de acessibilidade a um serviço prometido pela instituição. Groia reclama da falta de visibilidade da tela e da dificuldade de acesso ao teclado dos terminais.
O termo “auto-atendimento”, divulgado na publicidade do banco, foi considerado propaganda enganosa. 'O serviço não atende a qualquer pessoa que tenha limitações físicas ou visuais', afirma Groia.
(Jornal "Panorama", dia 11 de agosto de 2005)

Ministério Público cobra adequações em caixas eletrônicos

MP quer que banco faça adequações em caixa
O caixa de auto-atendimento adaptado pelo Bradesco para pessoas com deficiência foi considerado inadequado para essa clientela. Esta foi a conclusão do promotor de Defesa do Consumidor, Plínio Lacerda, que ontem visitou a agência da Rua Halfeld com o cineasta Franco Groia, autor de ação contra a instituição por falta de acessibilidade. Segundo Plínio, foi emitido auto de constatação das dificuldades verificadas. Além disso, será providenciada a elaboração de laudo técnico e agendado novo encontro com o banco. A meta é firmar termo de ajustamento de conduta. De acordo com Franco, embora tenham sido providenciados recuo para entrada da cadeira de rodas e redução da altura, ainda são necessárias modificações.
O Bradesco afirma que o assunto está sub judice e que a agência está à disposição do cliente para atendê-lo em todas as suas necessidades bancárias.
(Jornal "Tribuna de Minas", dia 30 de setembro de 2005)

28 setembro 2005

Chave, o filme

Foto de Samir Hauaji, no filme "Chave", dirigido por Franco Groia.

Preto e branco

Preto e branco
O realizador do Festival de Cinema de Juiz de Fora – Primeiro Plano, Franco Groia, investe em mais um projeto. Em julho, ele lança na cidade, o Black and White - Festival Brasileiro de Cinema Preto e Branco - único do gênero no país. A idéia é promover e exibir filmes brasileiros de longa, média e curta metragens realizados originalmente em preto e branco, por jovens produtores, que encontrarão a oportunidade de apresentar e discutir filmes diferentes, inovadores e clássicos do cinema mundial. Outro objetivo é estimular e incentivar a contínua preservação e valorização da produção nacional dos filmes.
(Jornal "Tribuna de Minas", Coluna "Cesar Romero", dia 22 de abril de 2005)

Retrato em branco & preto do cinema

Black and White - Retrato em branco & preto do cinema
As novas tecnologias do cinema digital, por incrível que pareça, estão reforçando a divulgação dos filmes em preto e branco (P&B), na medida em que permitem a transferência de suporte de importantes obras da história do cinema. Surpreendido com esta formação de um novo mercado e com a falta de informação sobre a produção atual em P&B, o cineasta e professor de História do Cinema Franco Groia decidiu criar o "Black and White - Festival Brasileiro de Cinema Preto e Branco". O evento está programado para acontecer em Juiz de Fora, e pretende mapear o que é feito hoje em dia no cinema sem technicolor, além de discutir linguagem, avanços tecnológicos e preservação da memória audiovisual, dando visibilidade para o preto e branco.
“Não sabemos quantos filmes em P&B são produzidos atualmente no Brasil e no mundo, mas temos certeza de sua importância como linguagem. Até hoje, aprende-se cinema realizando em P&B”, afirma Groia, idealizador e coordenador geral do festival, citando grandes obras mais recentes, como “A lista de Schindler” (Steven Spielberg), “Psicose” (Alfred Hitchcock) e “Asas do desejo” (Win Wenders), filmadas sem technicolor anos depois de a cor dominar o cinema e a televisão.

Abaixo a ditadura da cor
“O cinema nasceu preto e branco e mudo. Esta é sua essência, sua linguagem pura”, defende Groia. “Até hoje, os melhores fotógrafos do mundo têm preferência pelo P&B, porque a cor distrai o olhar.” O coordenador da mostra lembra que o primeiro longa colorido foi “O mágico de Oz”. No filme, foram utilizadas as duas tecnologias para contar a história da menina Doroty. Quando o filme mostra a realidade da garota, é usado o P&B. A cor só aparece no mundo da fantasia.
“Há toda uma geração que tem aversão ou estranhamento ao P&B, considerando, erroneamente, estas produções como filmes menores. Averiguei em diversos fóruns e debates sobre o cinema e não encontrei nenhum evento dedicado ao preto e branco. Por isto decidi criar o Black and White”, justifica. Até 28 de maio, na mostra competitiva, podem ser inscritos filmes de qualquer formato, desde que em preto e branco, realizados a partir de janeiro de 2003. Obras anteriores poderão entrar nas mostras paralelas, que incluem clássicos do cinema em preto e branco.
A expectativa de Groia é despertar o interesse dos jovens realizadores, oferecendo a oportunidade de apresentar e discutir filmes diferentes, inovadores e vários clássicos do cinema mundial, norteadores da produção audiovisual em toda a história da cinematografia mundial. Estão programadas mostras de filmes e vídeos, oficinas, encontros e debates, onde serão discutidos os rumos da produção audiovisual e a necessidade de se democratizar o cinema, principalmente o realizado em preto e branco.
As inscrições podem ser feitas pelo site www.blackandwhite.com.br até o dia 28 de maio

(Jornal "Tribuna de Minas", dia 27 de abril de 2005)

Blog interativo


Interatividade

O cineasta juizforano Franco Groia inaugurou seu blog oficial. O espaço compila dados de sua vida, produções e making off, matérias e amigos. Quem quiser conhecer, o endereço é http://francogroia.blogspot.com/

(Jornal Panorama, Coluna Douglas Fazolatto, dia 28 de setembro de 2005)

27 setembro 2005

"Labirinto de Pedra" na TVE Rede Brasil


Filme sobre Pedro Nava vai ao ar hoje na TVE Rede Brasil
A TVE Rede Brasil exibe hoje, às 23h30, o longa-metragem "Labirinto de Pedra", no qual o mineiro de Ponte Nova radicado em Juiz de Fora José Sette enfoca a vida e a obra do memorialista juizforano Pedro Nava. A estréia da produção local, da Groia Filmes Cinematográfica, acontece no programa "Cadernos de Cinema", seguido de debate. A obra foi filmada em Juiz de Fora e Belo Horizonte, entre setembro e outubro do ano passado, com orçamento de R$ 30 mil, mais de 80% deles vindos da Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura, e conta com a participação de atores locais, como Natálio Luz, que encarna o papel principal, além de Marcos Marinho, Robson Terra, José Eduardo Arcuri, Guilherme (Gueminho) Bernardes e Daniela Guimarães.
O filme que o público poderá conferir hoje é uma realização de um sonho antigo de Sette, que era ter Nava em seu filme mais famoso, "Um filme 100% Brasileiro", que narra a vinda ao Brasil do poeta modernista franco-suíço Blaise Cendrars, grande descobridor do barroco mineiro, e seu encontro com os modernistas da Semana de 22. Em 1980, ele chegou a se encontrar com Nava no apartamento de Carlos Drummond de Andrade e no do próprio médico memorialista, mas não conseguiu convencê-lo a vencer a depressão e participar da obra, na qual encontraria os modernistas no Café Moderno, onde se reunia o Grupo Estrela, de Drummond. Nava perseguiu Sette todos estes anos, até que "Labirinto de pedra" se concretizasse.
"Tentei resgatar a alma modernista de Oswald de Andrade e seus amigos, que naquela histórica viagem redescobriram a importância do barroco mineiro para o movimento de 22. É um filme de ficção que resgata esses encontros perdidos e retoma, de maneira poética, com trechos e esquetes, situações e histórias, o olhar afiado, singular, cheio de detalhes significativos na visão modernista desse médico e escritor enigmático chamado Pedro Nava", diz Sette em texto de apresentação do filme. O roteiro do filme se inspirou em obras clássicas como "Baú de ossos", "Chão de ferro", "Beira mar" e "Galo das trevas", "até culminar no silêncio enigmático dos telefonemas não atendidos, cinematográfico prenúncio de seu fim, limite entre a ficção e o documentário."
(Jornal "Tribuna de Minas", de 09 de maio de 2004)

Labirinto de pedra





Fotos do longa "Labirinto de pedra", sobre o poeta juizforano Pedro Nava, dirigido por José Sette e co-produzido pela Groia Filmes em 2004.

"Calçadão" em cartaz em Fortaleza

A. I., INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (A. I., Artificial Intelligence, EUA, 2001), de Steven Spielberg. Com Haley Joel Osment, Jude Law e William Hurt. BENFICA 1. 14h, 17h e 20h. NORTH SHOPPING 2. 14h50m, 17h50m e 20h40m. SÃO LUIZ-CENTRO. 14h30m, 17h20m e 20h10m. SÃO LUIZ-IGUATEMI 3. 14h20m, 17h10m e 20h. 14 anos. 160 minutos. Numa sociedade do futuro marcada por rígido controle da natalidade, robôs substituem a mão de obra humana. David, um menino-robô criado para substituir o filho de uma família, é abandonado e inicia jornada para recuperar o amor da mãe. Ficção-científica baseado em conto de Brian Aldiss, concebido por Stanley Kubrick e feito pelo diretor de "Contatos Imediatos do Terceiro Grau".
BICHO DE 7 CABEÇAS (Brasil, 2000), de Laís Bodansky. Com Rodrigo Santoro, Othon Bastos e Caco Ciocler. ESPAÇO UNIBANCO DRAGÃO DO MAR 2. 15h, 16h40m, 18h10m, 19h40m e 21h20m. SÃO LUIZ-IGUATEMI 2. 15h10m, 17h, 18h50m e 20h40m. NORTH SHOPPING 3. 14h30m, 16h10m, 17h50m, 19h30m e 21h10m. 14 anos. Flagrado pelo pai com maconha, jovem é colocado num manicômio a fim de se recuperar. Mas lá dentro vive um verdadeiro inferno. Drama baseado no romance "O Canto dos Malditos", de Austragésilo Carrano.
O DOM DA PREMONIÇÃO (The Gift, EUA, 2001), de Sam Raimi. Com Cate Blanchett, Keanu Reeves e Hillary Swank. ART-IGUATEMI 1. 16h, 18h15m e 20h30m. ART-IGUATEMI 2. 20h. NORTH SHOPPING 5. 14h20m, 16h30m, 18h40m e 20h50m. ALDEOTA 1. 14h, 16h20m, 18h30m e 20h30m. 110 minutos. 16 anos. Vidente generosa ajuda diretor da escola de seus filhos a localizar sua noiva, a qual teve caso com inúmeros homens da cidade. Suspense feito pelo diretor da série "Uma Noite Alucinante".
MOULIN ROUGE, AMOR EM VERMELHO (Moulin Rouge, Love in Red, EUA, 2001), de Baz Luhmann. Com Nicole Kidman, Ewan McGregor e John Leguizamo. ALDEOTA 2. 13h30m e 18h. NORTH SHOPPING 6. 14h05m, 16h25m, 18h45m e 21h05m. ART-IGUATEMI 2. 15h e 17h30m. 126 minutos. 14 anos. Paris, 1900. Bela cortesã e estrela da maior espetáculo da cidade, o Moulin Rouge, desafia as ordens e convenções ao se apaixonar por um jovem escritor. Musical feito pelo diretor de "Romeo Á Julieta".
A SENHA (Swordfish, EUA, 2001), de Dominic Sena. Com John Travolta, Hugh Jackman e Halle Berry. SÃO LUIZ-IGUATEMI 1. 15h, 16h50m e 18h40m. NORTH SHOPPING 4. 15h15m, 17h15m, 19h15m e 21h15m. BENFICA 2. 14h30m, 16h30m e 18h30m. 99 minutos. 14 anos. "Hacker" proibido de pegar em computadores é contratado por patriota americano para saquear fundos ilegais do governo depositados nos bancos internacionais. "Thriller" de ação feito pelo diretor de "60 Segundos".
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (Brasil, 2001), de André Klotzel. Com Reginaldo Faria, Sonia Braga e Petrônio Gontijo. ESPAÇO UNIBANCO DRAGÃO DO MAR 2. 16h, 19h20m e 21h30m. 102 minutos. 12 anos. Após a sua morte, o fantasma de Brás Cubas decide narrar suas memórias e revisar alguns fatos marcantes de sua vida. Comédia dramática feita pelo diretor de "Marvada Carne".
O DIÁRIO DE BRIDGET JONES (Bridget Jone's Diary, Inglaterra, 2001), de Sharon MaGuire. Com Renée Sellwegger, Hugh Grant e Colin Firth. ALDEOTA 2. 15h45m e 20h30m. NORTH SHOPPING 1. 15h, 17h, 19h e 21h. 97 minutos. 14 anos. Londrina solteira de 30 anos, mora sozinha, fuma como caipora, aprecia de álcool e homens, e registra em seu diário a nova aspiração de sua vida: encontrar o homem ideal. Drama romântico, estréia de MaGuire na direção, adaptação do romance de Helen Fieldging.
CURTA PETROBRÁS ÀS 6 - ESPAÇO UNIBANCO DRAGÃO DO MAR 2. 18h. Exibição dos curtas mineiros "O Calçadão, Onde de Tudo Acontece", de Franco Groia; "Os Fantasmas da Cidade", de Rogério Terra Jr.; e "Janela Para o Caos", de José Sette.

(Jornal "Diário do Nordeste" - dia 09 de setembro de 2001)

Consolidação de um evento

Primeiro Plano prepara sua 4ª edição
Que o cinema brasileiro aos poucos está retomando sua importância no mercado e, com isso, está surgindo uma nova geração de realizadores talentosos, todo mundo já sabe. O problema é o pequeno espaço oferecido aos estreantes que, em regra geral, têm dificuldades de conseguir financiamentos – mesmo através de leis de incentivo – e de apresentar suas obras ao público. Justamente por isso, a cada edição realizada, o Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora – conquista um maior destaque no circuito de eventos cinematográficos realizados no país.
Criado exclusivamente para estimular e divulgar a nova geração do cinema brasileiro, o festival fará no segundo semestre a sua quarta edição – que dessa vez contará com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, além da Lei Rouanet. Desde sua fundação, o Primeiro Plano já exibiu mais de 160 filmes, entre eles brasileiros e latino-americanos, dos quais 55 deste total em caráter de competição. Além de usufruir das salas de cinema de Juiz de Fora, o evento conta ainda com exibições ao ar livre, como no parque Halfeld e na praça Antônio Carlos. “Tivemos três edições de sucesso e conquistamos reconhecimento do meio cinematográfico. Já percebemos que é verdadeiro o nosso slogan: o futuro do cinema nacional tem que passar por Juiz de Fora”, afirma o cineasta e fundador do festival Franco Groia.
Segundo ele, o único problema é a falta de recursos. “Esperamos que grandes empresas se juntem a nós, para ampliarmos a visibilidade que o festival pode oferecer aos jovens talentos que apresentam suas produções em Juiz de Fora”, diz.

(Jornal "O Tempo", de 22 de fevereiro de 2005)

25 setembro 2005

JF estréia no Festival de Gramado com curta-metragem


Cinco amigos se reencontram em sua cidade natal depois de anos separados e, numa brincadeira, o passado de cada um e suas relações amorosas são colocados à prova. As verdades, mentiras e as conseqüências dos atos desses amigos são o tema da primeira produção cinematográfica juizforana a participar do Festival de Cinema de Gramado, em agosto de 2002.

O filme "Verdade ou Conseqüência" foi selecionado para a mostra competitiva de curtas-metragens na categoria ficção 16 mm. As filmagens foram realizadas em Juiz de Fora em dezembro de 2000. Do início das gravações até a finalização dos trabalhos passou-se um ano e quatro meses. Os locais utilizados pela direção foram represa São Pedro, rodoviária e bairros Borboleta e São Pedro. Ao todo, 18 pessoas, entre atores e técnicos, participaram da produção. Segundo o produtor executivo do filme, Franco Groia, os custos ficaram em torno de dez mil reais, sem contar com patrocínio e apoio. Ele destaca que todos os atores que participaram das gravações abriram mão do cachê para que o filme pudesse ser realizado. A estréia foi no 7º Festival Brasileiro de Filmes Universitários, na Universidade Federal Fluminense, em maio de 2002. A próxima exibição pública está marcada para o dia 15 de agosto, no festival de Gramado. Logo em seguida, o filme segue para o 13º Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, sendo exibido nos dias 26, 27, 28 e 29 de agosto.

A idéia surgiu de uma conversa entre dois dos roteiristas do filme, Aleques Eiterer e Flávio Magalhães. Flávio falava sobre como seria reencontrar seu primeiro amor, que ele não via há vários anos. A partir daí, eles começaram a trabalhar a idéia do reencontro de amigos de infância que não se viam há muito tempo. A história gira em torno do personagem principal que chega a Juiz de Fora e revê seus amigos que também foram embora da cidade. Em um bar onde estavam reunidos, um deles sugere que os cinco participem de uma brincadeira chamada verdade ou conseqüência. O grupo aceita e, no decorrer das perguntas que são feitas uns aos outros, as máscaras vão caindo e fatos chocantes sobre os participantes vão vindo à tona. Quem assistir ao curta juizforano poderá perceber influência da cinematografia iraniana, que Aleques considera interessante por trabalhar questionamentos profundos em histórias simples. Para ele, também é possível notar uma analogia com o universo de Nelson Rodrigues quando o roteiro trabalha questões como homossexualismo e incesto, fazendo uma espécie de "raio-x" da sociedade. Aleques Eiterer é aluno do curso de cinema da UFF e já escreveu e dirigiu outros dois curtas: "Livro" e "Vestido Dourado".
Apesar de já estar sendo apresentado em outras cidades e em festivais importantes, "Verdade ou Conseqüência" ainda não tem previsão para ser exibido em Juiz de Fora. Franco Groia afirma que os produtores estão esperando primeiro um bom retorno fora da cidade. O produtor considera importante a exibição nos festivais, pois estes eventos são as grandes vitrines para os curtas. Segundo ele, as expectativas para Gramado são as melhores possíveis, mas o importante é ir sempre com o "pé no chão". O produtor acredita que a visibilidade que o filme passa a ter em Gramado é fundamental. A partir daí, fica mais fácil o retorno de mercado e novas produções já podem ser estudadas. Além disso, o curta pode provar que o investimento na cultura é válido.

De acordo com Franco, o próximo passo, depois de "Verdade ou Conseqüência", é trabalhar na consolidação das políticas no setor cinematográfico. Ele luta para que exista uma legislação municipal efetiva no sentido de promover, divulgar e distribuir os filmes feitos na cidade. Franco ainda diz que este curta é resultado de todo um trabalho que começou em 1998 com o filme "Calçadão". "Ele é fruto da luta pela existência de uma política de sustentabilidade das produções cinematográficas na cidade. O cinema mineiro existe e não fica só na capital. Nós, produtores, diretores e roteiristas da cidade, batalhamos muito para que cada vez mais se entenda que um trabalho bem estruturado pode dar frutos diversos e positivos".
(Portal Terra, Cidade Virtual JF, dia 12 de agosto de 2002)

Sobre "Verdade ou Consequência"


Um filme que aborda as relações humanas

A produção em curta-metragem de 16mm "Verdade e Consequência" já passou pelo Sétimo Festival Brasileiro de Cinema Universitário e agora vai estar em Gramado. Seu diretor é o juizforano Aleques Eiterer. Acadêmico de cinema na Universidade Federal Fluminense (UFF), Aleques Eiterer começou como assistente de produção nos curtas "O Metro Quadrado" e "Oi Laura, Oi Luiz", ambos de 1996. Em 1997, fez assistência de produção do curta "Meninas" e direção de produção dos curtas "Tá na Mão" e "Gaivotas".

Em 1998, dirigiu e produziu seu primeiro curta, "O Livro" e tambem co-dirigiu, co-roterizou, produziu e fez assistência de montagem do curta "O Vestido Dourado". Sua estréia como montador foi em "Calçadão - Onde de Tudo Acontece".

Dentre outros países, Aleques esteve em Taiwan, no Golden Lion International Student Film Festival, em dezembro de 2000, para levar o curta "O Livro". "Eu estava chegando no Labocine (para trabalhar no "Verdade ou Consequência") quando recibe o telefonema confirmando a minha passagem doada pelo Ministério da Cultura", conta Eiterer. Em 2000, participou do 8º Art Film Festival (Eslováquia). Já estão confirmadas as participações de Verdade também na 29ª Jornada de Internacioanal de Cinema da Bahia e no 13º Festival Internacioanal de Curtas Metragens de São Paulo.

Dirigir "O Livro" foi diferente de "Verdade": Ao ser questinado da diferença entre a direção dos atores de cada um dos curtas, Aleques conta: "no Livro na verdade, não havia nenhum método definido de agir com o atores. Já em "Verdade ou Consequência", pude vir a trabalhar com um grupo fechado (de teatro) que era coordenado por Ivan Sugahara (da peça Um quarto de crime e castigo - inspirada na Crime e Castigo de Dostoievsky)." Aleques afirma que por falta de recursos financeiros e estrutura de apoio "Verdade ou Consequência" apresentou maior dificuldade na hora de finalizar.

De qualquer forma, o resultado final tem sido bem recebido, tanto que o trabalho foi selecionado dentre vários outros títulos em 16mm para concorrer ao Prêmio de Melhor Curta-metragem no Festival de Gramado. Na lista, "Um Sol Alaranjado", do seu colega de faculdade Eduardo Valente, que recebeu o prêmio de melhor curta-metragem de Cannes deste ano.

Aleques conta que Verdade ou consequência é um filme "que aborda as relações humanas", tanto que na sinopse, lê-se: "As verdades e consequências nos atos de cinco amigos". Em 13 minutos de película, o cineasta trabalhou com Ângela Câmara, Lucas Gouvêia, Joelson Gusson, Cristina Flores e Ítala Mattos. O drama foi escrito a quatro mãos no ano de 99 e rodado no mês de maio de 2000 em vários pontos da cidade de Juiz de Fora, incluindo, Borboleta, Marilândia, São Pedro, Represa de São Pedro, Centro e Rodoviária. Aliás, esta foi a primeira vez que o terminal foi utilizado pelo cinema brasileiro como set de filmagem. No elenco, além de um grupo atores de teatro Rio trabalhando movidos pela estréia em cinema, houve a atuação de atores mirins e adultos de Juiz de Fora: André Ribeiro, Felipe Malta, Hugo Almeida, Márcio Cândido e Eugênia Gaio. Franco Groia atuou na produção e diz como foi trabalhar com Aleques: "ele tem uma coisa muito singular, ele trouxe uma equipe que já trabalhava com ele, portanto, já havia uma articulação, uma cumplicidade. Isso eu acho importante no diretor - ao mesmo tempo interagindo Juiz de Fora com o pessoal do rio".

O co-produtor Franco Groia fala ainda que "Verdade ou Consequência não pode ser encarado como um uníco filme de Juiz de Fora, mas sim como apenas um dentro de todo um contexto de produções e ações individuais de seus produtores que vêm lutando por um a política cinematográfica estruturada para o município." Groia ainda acrescenta: "O que a cidade proporciona pode ser aprimorado cada vez mais e outras produções poderão vir a ser realizadas." Desde o ano 2000, aproximadamente, várias aticulações de produtores locais têm acontecido, resultando em várias audiências públicas. Inclusive, uma proposta, já aprovada em lei (número 10.171/2002) e de autoria do vereador João Batista Barbosa Júnior, definiu o Dia Municipal do Cinema (27 de julho). E, há cerca de um ano e meio, tramita na Câmara Municipal a proposta de criação de um Conselho Municipal de Cinema e a criação do Fundo Municipal de Cinema. Tanto o conselho como o fundo fazem parte de um projeto de lei de autoria do vereador Gabriel dos Santos.
Confira a lista de concorrentes ao Prêmio de Melhor Curta-metragem em 16mm do 30º Festival de Gramado:
Como Comi Darlene (São Paulo, 2002, 8min);
Em Nome do Pai (São Paulo, 2002, 18min);
Entrega Rápida (São Paulo, 2002, 3min);
Justiça Infinita (Rio Grande do Sul, 2002, 11min);
Miopia (Rio Grande do Sul, 2000, 11min);
Pequeno Perfil de um Cidadão Comum (Rio Grande do Sul, 2002, 3min50seg);
Riso-Hiena (São Paulo, 2002, 13min);
Um Sol Alaranjado (Rio de Janeiro, 2001, 17min);
Verdade ou consequência (Minas Gerais, 2002, 13min)
(Portal JFGuia - 14 de agosto de 2002)

Em Gramado

O juizforano Aleques Eiterer está exibindo "Verdade ou Conseqüência" - único curta representando Minas - no Festival de Cinema de Gramado. Com produção de Franco Groia, traz no elenco os juizforanos Márcio Cândido e Eugênia Gaio, além dos baixinhos Felipe Malta, Hugo Almeida e André Ribeiro. Entre os concorrentes está o vencedor do Festival de Cannes, Eduardo Valente - com "O sol alaranjado" - que foi colega de Aleques na UFF.
(Jornal "Tribuna de Minas", Coluna César Romero, dia 14 de agosto de 2002)

Primeiro Plano 2003


Franco Groia é juizforano, formado em Rádio TV pela Faculdade de Comunicação da UFJF e trabalha com cinema desde 99. Ele conta que essa história toda de cinema começou com uns cursos de capacitação promovidos pela Universidade Federal, com profissionais de fora (Rio e SP), e que a partir daí nunca mais quis deixar de produzir. Seu primeiro filme foi “Calçadão - Onde de tudo acontece”, seguido de “O fio e a cidade” e “Verdade e conseqüência”.

Em entrevista ao Zine, Franco fala de seus planos profissionais e revela as últimas novidades da edição 2003 do Festival de Cinema Primeiro Plano, que acontece em JF de 21 a 25 de outubro.
Como é trabalhar com cinema em Juiz de Fora?
A atividade cultural da cidade se reflete numa total desorganização. A atividade surge espontaneamente, como surgiu a vontade de realizar cinema na minha época, quando fiz os cursos de capacitação em 1998... Mas, não há uma estruturação. Não temos um sindicato de artistas forte, atuante, não temos um mercado de trabalho organizado, porque faltam mecanismos, estruturas que façam eles se profissionalizarem. E o poder público de certa forma joga na mão dos fazedores de cultura essa responsabilidade, se isentando do dever de propiciar e incentivar essa organização.
Nós temos até um projeto de lei, proposto pelo Biel, que se arrasta há cerca de um ano e meio, que trata da constituição de um Conselho Municipal de Cinema agregado a um Fundo Municipal de Cinema. Esse projeto não é algo idealista, não, é espelhado numa política nacional, que já foi viabilizada em outras cidades. Nós queremos implantar isso aqui, porque a cidade deve voltar ao seu patamar de inovação e vanguarda artística e cultural. O cinema é muito importante e o cinema de Juiz de Fora faz com que as pessoas comecem a pensar na sua relação com a cidade, o que pode levar a uma mudança de mentalidade e de atitude.

Você já pensou em sair da cidade? Quais são suas expectativas de futuro?
É um dilema violento, mas a minha identidade, a minha personalidade é de alguém bem teimoso, meio cabeçudo... (risos). Mas já tive vários convites, e descartei todos porque ainda acredito que vai haver uma maior valorização do cinema local. E o fruto deste ideal, que me motiva, é a realização do Festival Primeiro Plano. Este evento é a única coisa concreta que nós conseguimos implementar efetivamente na cidade, mostrando o potencial que o cinema tem enquanto multiplicador e irradiador de cultura, uma cultura de costumes, uma cultura turística que a gente pode estar agregando à cidade, palco da nova geração do cinema nacional. Através desse festival, anualmente a cidade pode estar sendo propagada no Brasil inteiro como a janela do novo realizador. E isso tudo faz parte de uma grande luta que a gente está vencendo, já realizando a segunda edição do Primeiro Plano.
Como surgiu a idéia de promover o Festival de Cinema de Juiz de Fora - Primeiro Plano? E com qual objetivo de sua realização?
A iniciativa para se criar o Primeiro Plano nasceu há dois anos atrás, quando nós paramos pra pensar que Juiz de Fora é um pólo produtor de cinema. No entanto, os investimentos para cinema só são obtidos para a produção. Não existe nenhuma ação do município que contemple as outras necessidades, como a promoção e a difusão desses filmes. Aí, cai para o produtor individual a luta para exibir, sem nenhum retorno. E como um filme não tem função nenhuma se fica na prateleira, nós pensamos em realizar um festival.
Agora, entre os objetivos, o que nos motiva a fomentar esse festival anual é o desejo de ser um canal de exibição de produtos feitos na cidade, junto com produções do Brasil inteiro. Tem também o caráter de competição nacional, entre curtas metragens, e a competição regional de vídeos. Tudo isso para incentivar a produção local, para que novos produtores sejam capazes de se estruturar enquanto realizadores.
E quem está contigo na organização?
Eu e o Aleques Eiterer somos os coordenadores, mas foi ele o idealizador de fazer um festival voltado para o primeiro filme, tendo esta característica como a principal, o que faz com que o Primeiro Plano não seja apenas mais um festival de cinema. Quer dizer, o grande diferencial nosso é incentivar os grandes cineastas do amanhã, porque todo cineasta começa com o primeiro filme. No mundo todo, só existe um festival similar, na França, de onde surgiu nossa inspiração.
Para a realização contamos com o grupo Luzes da Cidade, compostos por cinéfilos e produtores culturais da cidade que atuam sem fins lucrativos, e a Groia Filmes, que é a minha empresa.
De onde são os recursos? Quem patrocina este mercado cultural? Quais as principais dificuldades?
Hoje nós temos um grande patrocinador para o mercado de curtas, que é a Petrobrás, mas entendemos que outras empresas também devam fazer o mesmo. E, localmente, nós lutamos para que o poder público possa dar esse passo fundamental, com a estruturação de uma sala municipal de cinema, pois não basta uma saleta como aquele Anfiteatro João Carriço, que chega a ser uma vergonha em termos de investimento. Precisamos de numa sala com estrutura própria, uma Sala Municipal de Cinema gratuito, porque o cinema deve ser prioridade nos investimentos culturais, é uma arte que pode agregar todas, o teatro, a dança, a música. Nós insistimos para que isso aconteça aqui, porque temos uma base para isso. Temos o Cine Excelsior aí parado, só falta um pouco de investimento do poder público.
E como está a participação da iniciativa privada?
Estamos fechando alguns acertos. Temos alguns apoios fundamentais, por exemplo do Terra, que está desenvolvendo o site do festival, que vai virar um grande portal. Temos parceira também com o canal Brasil, que nos apóia na promoção. Enfim, temos alguns parceiros estratégicos que estão aí, desde o ano passado, acreditando e fazendo acontecer.
Você pode nos fazer um balanço de como foi o Festival no ano passado e o que podemos esperar para esse ano?
O ano passado foi genial, como primeiro ano. Nós tivemos a exibição de 77 filmes, sendo 28 em caráter competitivo, entre curtas e longas. Nós ainda priorizamos o formato curta-metragem, mas para o próximo ano estamos planejando abrir a competição para longas, porque a atividade cinematográfica nacional está crescendo muito.
E as novidades, teremos alguma modificação? Como vai ser o Primeiro Plano 2003?
Eu vou te contar uma grande novidade, em primeira mão aqui para o ZineCultural. É uma coisa que nós ficamos sabendo há algumas semanas, que a gente conseguiu recursos da Lei Rouanet. É isso aí, o Festival está habilitado na Lei Rouanet! Mediante todos os obstáculos burocráticos, com essa votação da reforma da previdência e tudo o vem acontecendo no Congresso Nacional, as leis de incentivo a cultura ficaram meio paradas. Esse resultado já era pra ter saído em maio, mas como só veio agora, nós vamos fazer a captação de recursos para o Festival desse ano, já pensando na sua continuidade em 2004. Fomos aprovados em R$334.724,91 para captação.
Nós queremos que o Primeiro Plano seja o grande festival da cidade, porque temos vocação pra cultura, fomos berço de grandes nomes como Murilo Mendes, Pedro Nava, João Carriço, que foi um pioneiro do cinema mineiro. Temos também grandes músicos, grandes artistas. Enfim o Brasil precisa conhecer nossa produção e o festival serve não só neste sentido, mas também para nós bebermos do que está acontecendo no resto do país. Este é que é o grande barato!
O Festival Primeiro Plano tem entrada franca e vai acontecer no Pálace de 21 a 25 de outubro.
Já pode nos adiantar algo sobre a programação? O que vai ter de especial?
A programação ainda vai sair, é só ficar ligado no site para saber das novidades que vão acontecer. Nós esperamos que o Festival seja, mais uma vez, um elemento de motivação para que novas produções sejam realizadas, porque o próximo ano já está batendo na nossa porta. Enfim, o cinema nacional está velho, os grandes cineastas estão todos com mais de 60 anos. Então temos essa urgência de incentivar os novos talentos. Uma cinematografia que se preza tem que estar constantemente trazendo o novo, novos realizadores, novos pensadores. Nós temos a consciência de que é essa a nossa função, mesmo que seja a médio ou a longo prazo, nada imediato.
(ZineCultural, 18 de setembro de 2003)

Embaixo d´água!







Flagrantes das filmagens de "Verdade ou Consequência", dirigido por Aleques Eiterer, que teve a produção executiva de Franco Groia. Fotos de Bia Alvarenga.

Som em bom tom

O diretor e a equipe de som do filme "Chave": Vitor, Tiago, Maslink e Adriana.

Filmando "Calçadão"


Flagrantes do ensaio com câmera do filme "Calçadão", em pleno calçadão da rua Halfeld em Juiz de Fora. Nas fotos vemos os dois protagonistas Tadeu Santos e Marcelo Jardim passando seus diálogos e a edcam operada por Edmundo Vieira.

Pró-Música investe na Sétima Arte


Nos últimos anos, Juiz de Fora ganhou projeção nacional por lançar estrelas no cenário cultural brasileiro. Recentemente, a atriz mirim Lara Rodrigues foi escolhida para interpretar a Narizinho, personagem do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, nesta nova montagem para a TV. Como entidade que busca fomentar a cultura na cidade, o Centro Cultural Pró-Música, em parceria com a Groia Filmes Cinematográfica, realiza neste mês de fevereiro o 1º Laboratório de Atores para Cinema e TV.

O curso será ministrado pelo cineasta Juizforano Franco Groia e terá duas turmas de 20 alunos cada, divididas por faixa etária: uma de 13 a 18 anos e outra, formada por maiores de 18. O laboratório terá duração de uma semana, com carga horária de 16 horas e está aberto para atores, modelos, estudantes e até profissionais comunicação, vídeo, cinema e publicidade.

O objetivo do curso é aprimorar, formar futuros atores e, também, desenvolver fundamentos para direção de atores em cinema e vídeo. Os temas centrais foram divididos em 5 módulos: a função do diretor; seleção de elenco e testes; técnicas de preparação do ator; marcações e direção no set; planos, cortes e montagem. Além disso, estão previstas várias demonstrações e exercícios.
Franco Groia é o único cineasta da cidade que pertence a Associação Brasileira de Cinematografia, com sede no Rio de Janeiro. É formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atua como produtor independente desenvolvendo projetos audiovisuais principalmente na área de criação, pesquisa, produção e direção. Há 4 anos fundou e se tornou presidente da Associação Cultural Animazeepo! de Produtores e Realizadores de Animação Cinematográfica de JF onde desenvolve novas aplicações da imagem em movimento com as artes plásticas. Em dezembro de 1999, foi premiado no Concurso Nacional de Roteiros Inéditos de Longa Metragem, promovido pelo Ministério da Cultura (MinC), com o roteiro "Desamor". Ainda em seu currículo quatro curtas-metragens: "Relações Modernas" (1996); "Vertigem" (1998); "Calçadão - Onde de Tudo Acontece" (2001); "O Fio e a Cidade" (2001); "Verdade ou Conseqüência" (2002).
As inscrições já estão abertas. Os interessados em participar do curso devem procurar a secretaria do Centro Cultural Pró-Música, na Avenida Rio Branco, 2329 até dia 22 de fevereiro. Horário de 9h às 12 e das 14h às 18h. O valor do curso é de R$ 180,00 à vista ou 2x R$100,00. As aulas começam no dia 23 de fevereiro e terminam no dia 28.

(Jornal do Pró-Música, número 131, de fevereiro de 2002)

III Mostra de Cinema e Arquitetura

Curtas de JF serão exibidos hoje
Nesta segunda, às 20h, no Anfiteatro João Carriço, haverá exibição de cinco curtas-metragens, produzidos em Juiz de Fora. Logo após a sessão, será realizado um debate sobre os vínculos entre o cinema e a cidade com a presença dos diretores dos curtas. A exibição faz parte da III Mostra de Cinema e Arquitetura, promovida pela Funalfa, em parceira com o Instituto de Arquitetos do Brasil – Núcleo de Juiz de Fora (IAB/JF).
Os curtas exibidos nesta noite serão: "As visões do Profeta Negro", de Rogério Terra Júnior; "Os Fantasmas da Cidade", também de Rogério Terra Júnior; "Bar Redentor – Fora desse bar, o mundo é mudo", de José Santos; "Como defender um cafofo ou as Aventuras do Lobo Guará no Reino da Especulação Imobiliária", animação de Leo Ribeiro, Pedro Henrique e Ricardo Coimbra; e "Calçadão - Onde de tudo acontece", de Franco Groia.
(Informativo Eletronico - UFJF, dia 01 de setembro de 2003)

Luta por um Pólo Audiovisual em JF


Produtores apresentam hoje projetos de financiamento à produção de cinema de JF
Produtores locais participam de reunião hoje na Câmara Municipal para apresentar projetos de financiamento à produção de cinema na cidade e levantam discussão sobre o Pólo Audiovisual de Juiz de Fora.
Com o pires na mão
Ao contrário do mercado fonográfico, o cinema brasileiro vai bem, equilibrando-se entre sucessos comerciais incontestáveis, caso de "A partilha", com mais de 1,3 milhão de pagantes, e produtos que primam pelo caráter eminentemente artístico, como "Bicho de sete cabeças", "Lavoura arcaica" e "Abril despedaçado" (fortes títulos a representarem o Brasil na corrida pelo Oscar), e exemplos de entretenimento de qualidade, como "O Xangô de Baker Street". Enquanto as perspectivas melhoram com a criação da Agência de Cinema Brasileiro, produtores de curtas-metragens de Juiz de Fora vão à Câmara Municipal esta tarde apresentar um projeto para viabilizar a realização de cinema na cidade, ou, traduzindo em português claro, tentar garantir apoio financeiro para a produção de filmes às margens do Paraibuna.

"Vivemos uma estagnação da produção cinematográfica local, já que a Lei Murilo Mendes (Lei MM) só agraciou projetos em vídeo em sua última edição", critica o produtor Franco Groia, único vencedor do primeiro Prêmio de Curtas-Metragens do Pólo Audiovisual de Juiz de Fora a ter seu filme concluído e exibido. "O cinema da cidade não pode depender disso, pois precisa ter uma política especial de produção". Junto de outros produtores, ele defende a criação de um órgão gestor municipal para cinema, com autonomia para fiscalizar a inadimplência em relação à captação de recursos. "Temos que pensar profissionalmente e perceber a necessidade de parâmentros orçamentários diferentes para a produção de vídeo e a cinematográfica".
Para Rogério Terra Júnior, o grande problema é a falta de recursos, pois a exibição local é garantida com o apoio do Cinearte Palace, através do Projeto "Curta Petrobras às Seis", e da apresentação dos curtas antes do filme principal, modelo historicamente pouco funcional. "Temos que ampliar o debate, discutindo a produção audiovisual, buscando parcerias com a TV a cabo. Ninguém faz cinema sem pensar nas mídias eletrônicas", afirma ele, que teve seu filme "Sob a sombra dos anjos" exibido em todo o país em festivais de cinema e na televisão. "O poder público municipal tem que entender o audiovisual como uma indústria que atrai impostos e gera divisas para a cidade, daí a idéia de criar uma lei específica garantindo seu funcionamento."
Ao invés de ficar de braços cruzados enquanto não consegue dinheiro para fazer seu próximo curta em película, Terra Júnior usa o vídeo para realizar sua criação. O documentário "A vida além do arco-íris" mostra a transformação de Juiz de Fora, de uma cidade provinciana num ponto de encontro de liberdade da orientação sexual, com o Miss Brasil Gay. As imagens feitas no Calçadão durante o terceiro sábado de agosto servem como pano de fundo para os depoimentos de André Luís Santos e Fernanda Müller sobre a descoberta e a afirmação da identidade homossexual. A estréia do filme, exibido com o vídeo experimental "Madalena, flores de plástico, coração de fogo" e com o curta "Sob a sombra dos anjos", será hoje à noite no Movimento Gay Minas (MGM).
Política de médio e longo prazo
Para o assesor da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), Luis Fernando Taranto, a abertura de novas salas de cinema na cidade é uma prova de que o Pólo Audiovisual de Juiz de Fora funciona, atraindo a atenção de empresas exibidoras, sendo que este mercado deve sofrer um aquecimento com a implantação dos canais locais de TV a cabo. "A Prefeitura não tem recursos para garantir a produção de curtas, sendo que, nos dois concursos a PJF e a UFJF entraram com 60% dos custos de produção", comenta ele. "A política não pode ser "venha a nós tudo e ao vosso reino nada". Taranto afirma que solicitou ao deputado federal Paulo Delgado o encaminhamento de uma emenda ao orçamento de R$ 120 mil, a serem usados na implantação de uma "oficina de cinema", criando uma logística para facilitar a produção local.
Levando o debate sobre a produção audiovisual para além dos limites da cidade, Taranto critica a posição dos produtores. "Produzir cinema não é só investimento do poder público", alfineta. "O que não dá é ficar parado em casa, esperando o dinheiro cair no colo para começar a trabalhar". Na opinião do assessor da SMDE, a saída dos produtores locais pode estar em concorrer com seus projetos aos prêmios de incentivo federal e estadual. "Estamos conseguindo formar um público para o cinema brasileiro através da exibição dos curtas no Cinearte Palace", diz, defendendo o Pólo. "As pessoas não vêem que essa é uma política feita a médio e longo prazo."
'Não há Pólo Audiovisual na cidade'
"A grande verdade é que não há Pólo Audiovisual na cidade. O que existe são pessoas desejosas e fazedoras de cinema que tentam transformar seus projetos em realidade", assim respondeu Alexei Divino, diretor do curta "Deus me livre", cuja estréia acontece no grande teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no dia 1º de novembro. Realizado com R$ 60 mil, através do prêmio Estímulo concedido pela Associação Curta Minas com patrocínio da Cemig, a produção foi toda rodada em Juiz de Fora. "Não recebi qualquer apoio da cidade, mas fiz questão de trabalhar com técnicos e artistas daqui", conta ele, defendendo a criação de um prêmio para estimular a produção, desde que o processo seja absolutamente transparente.
A falta de limites que a arte cinematográfica encontra é o principal ponto destacado pelo diretor. "Não sou contra investimento em literatura, artes plásticas ou em outras coisas, mas o cinema consegue dar uma visibilidade maior a todo tipo de atividade artística feita na cidade, pois conta com músicos, cenógrafos, atores, figurinistas, designer gráfico, jornalista e outros profissionais cujo trabalho passa a ser conhecido em vários lugares", alega ele, que ainda cuidou da produção de quatro vencedores do primeiro prêmio dado pelo Polo Audiovisual local para estimular a produção de curtas. "Não adianta dar um prêmio e parar tudo."
Filmados há mais de dois anos, os "4 curtas juizforanos" permanecem inéditos e devem continuar nessa situação por um período indeterminado. O documentário "O que a feira livre tem?", de Marquinhos Pimentel, e a comédia de terror "Um dia na vida de Roberto Danúbio", de Alexis Parrot, estão montados, faltando apenas a mixagem de som e o processo de laboratório, cujos custos são de R$ 5 mil para cada. Por problemas na captação de som durante a filmagem, a situação de "O dono da rua", de Fred Antunes, e "A primeira transa de Cláudia", de Tairone Vale, é ainda mais complicada, pois as duas produções ainda devem passar pelo processo de telecinagem antes de serem editados em AVID, sistema em que os defeitos de som podem ser ajustados.
Vivendo de realidade
Como a produção de audiovisual na cidade é incipiente, talentos de Juiz de Fora migram para outras cidades em busca de trabalho. Depois de passar o ano 2000 dirigindo comerciais de TV, Alexis Parrot se mudou para Belo Horizonte, onde desenvolve projetos para a TV Alterosa. "Sem dinheiro não se faz cinema", resume ele, sugerindo um aumento nos recursos da Lei MM, que passaria a incentivar a produção de audiovisual (vídeo e cinema) sistematicamente.
"Em Juiz de Fora, há gente com capacidade e experiência para trabalhar nessa área. O negócio é aprimorar as leis de incentivo e não criar mecanismos específicos para garantir recursos". Depois de trabalhar com José Sette na produção de "O rei do samba", Marquinhos Pimentel também foi para a capital mineira trabalhar na Rede Minas. "Se continuar assim, a criação de uma indústria cinematográfica em Juiz de Fora não passará de utopia." Parece frase de candidato da oposição, mas não deixa de resumir o sentimento de quem trabalha no setor audiovisual da cidade.
(Jornal "Tribuna de Minas", dia 24 de outubro de 2001)

Equipe de "Calçadão"

Após o término das filmagens, toda a equipe de "Calçadão" se junta para a foto. Da esquerda para direita, estão de pé: Valéria Baumgratz, Ramón Brandão, Flávia Lima, Marco Aurélio de Assis, Vanderlei Nazareth, Cláudio Trombini, Roberto Groia, Gil Berbari, Daniela Guimarães, Cássio Resende, Marcelo Jardim, Henrique Simões, Patrícia Almeida, Phillip Massi, Luciane Toledo, Thiago Almeida Júnior, Cleisson Vidal e Marcos Marinho. Estão sentados: Juarez Pavelak, Adriano Medeiros, Tadeu Santos, Edmundo Vieira, Franco Groia, César Elias, Bia Alvarenga, Fernando Priamo, Anderson Medeiros, Sérgio Neumann, Carlos Wilson e Charles.

Na correria das oficinas do "Chave"

Na correria das oficinas de realização do filme "Chave", um momento para a foto: Flávia Lima, Marcos Maslink e Franco Groia.

Ensaiando "Chave"


Ensaiando com o ator Samir Hauaji (sendo filmado, na TV), Franco preocupa-se com o enquadramento do plano e cronometra a sequência, junto com seu assistente de direção Marcos Maslink (com a filmadora) durante a Oficina de Assistência de Direção - realizada em parceria com a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) de Juiz de Fora.

Em busca da finalização


(Jornal Panorama, dia 28 de fevereiro de 2005)

O Fio e a Cidade

Foto do filme "O fio e a cidade", dirigido por Tiago Almeida Júnior e Alexandre Guerreiro, que teve a produção executiva de Franco Groia.

24 setembro 2005

Equipe do filme "Chave"

Click da equipe técnica de "Chave" ao final das filmagens. Da esquerda para direite, estão de pé: Ivo Regazi, Adauto Vilela, Vitor, Nicole Farjado, Evandro Fraga Neto, Lara Rattes Thys, Thiago Gomes de Almeida, Marcos Maslink, Ana Cecília Tavares, José Carlos Gomes, Sarita Hauck, Ramón Brandão, Roberto, Daniel Graveli. Sentados, estão: Flávia Lima, Pedro Moreira, Denis Aquino de Castro, Ramon Fernandes, Roberto Groia, Franco Groia, Juarez Pasvelak, Samir Hauaji, Wilson Carvalho, Adriana Barata e Rafael de Paula.

CURTA PETROBRÁS ÀS SEIS - ANO 1


Tomei conhecimento do Projeto Curta Petrobrás às Seis oficialmente através do coquetel de lançamento do próprio projeto em evento promocional no CineArte Palace, localizado na cidade de Juiz de Fora/MG, uma das salas do circuito exibidor do projeto no país.
Sem sombra de dúvida, a criação do Curta Petrobrás às Seis foi uma das propostas concretas mais geniais já desenvolvidas em nosso país. Digo isso sem demagogia, pois a iniciativa estratégica, a de fomentar a exibição de curtas em seções específicas, fez-se, em tão pouco tempo, inúmeros benefícios: alcançou-se um público do mais variado e, pelo menos em nossa cidade, sempre crescente, para ver especialmente as produções dos programas; ampliou o mercado exibidor de nossos curtas; a Petrobrás, como empresa de excelência, agregou um valor a mais ao curta-metragem enquanto formato de produção cultural, fomentou o alicerce principal da indústria cinematográfica nacional e valorizou o que é mais importante em nossa identidade cultural brasileira: a diversidade regional, uma vez que, a cada ciclo, a prioridade regional da produção foi, a meu ver, o seu princípio norteador.
Em Juiz de Fora, única cidade que produz cinema regularmente fora das capitais, a partir da década de noventa, o esforço e a iniciativa da Petrobrás em desenvolver uma política de marketing dirigida à formação de novas platéias, na minha opinião, foi muito importante e se caracterizou no principal diferencial do projeto.
Não sei se deveria, mas acho que o momento é relevante. Vou contar uma história, que é verídica, que me surpreendeu e que, pessoalmente, me emocionou profundamente enquanto cineasta. Um amigo meu, jornalista e editor em uma emissora de TV na cidade me pára na rua outro dia, entusiasmado, e me pergunta se eu havia visto o noticiário do dia anterior e respondi que não. Perguntei-lhe porque e ele me contou a seguinte história: para quem não conhece Juiz de Fora, que é uma cidade de porte médio, localizada na Zona da Mata Mineira, cercada por uma região agropecuária, em um de seus distritos próximos, chamado Dias Tavares, existe uma escola rural muito precária onde por iniciativa da única professora, uma turma da sétima série iria ter uma aula de português diferente, resolveu levá-los de ônibus comum até o centro da cidade de Juiz de Fora (viagem que dura cerca de 1 hora) para um lugar que a turma nunca tinham ido: ao cinema. E, como o dinheiro sempre é curto e, neste dia, contado para a passagem de ida e de volta, a única seção de cinema que a turma poderia ir era a do Curta Petrobrás às Seis. Por esta ocasião, coincidentemente, o programa em exibição era todo ele formado com filmes de realizadores da cidade, entre eles um filme meu. Até aquele momento, não estava entendendo aonde meu amigo jornalista queria chegar com a história e completou: os alunos ficaram deslumbrados pela telona e, principalmente, por terem tido a oportunidade de ver a própria cidade projetada na tela; o entusiasmo da turma foi tal que, ao voltarem à zona rural as idéias fervilhavam nas cabeças a ponto da professora concordar com os pedidos feitos pelos próprios alunos em realizar um trabalho extracurricular, em vídeo, sobre um história que eles mesmos idealizaram e que acabou sendo o foco da reportagem na TV.

Só esse relato já é um exemplo extraordinário do poder de motivação que o cinema proporciona em seus espectadores e, particularmente, o que o programa com filmes juizforanos provocaram naqueles alunos de modo que não se pode sequer medir. Mas meu amigo não se conteve e completou: os alunos resolveram realizar o vídeo porque adoraram o seu filme, a forma pelo qual a sua história mexeu com eles. Isso foi dito não pelo meu amigo, mas pela própria professora dessa humilde escolinha na zona rural da cidade que sequer conheço em entrevista à tal emissora.

Acredito que esta história resume tudo que um cineasta pode almejar: que suas histórias possam, primeiro, ser vistas pelo maior número de pessoas; segundo, que suas histórias consigam mexer de alguma forma com seu público. Em outras palavras, cinema é emoção, paixão. Isso a Petrobrás conseguiu proporcionar tanto a mim realizador quanto ao público espectador. Isso não tem preço.

Desta forma, percebi no decorrer dos programas o Curta Petrobrás às Seis que o projeto se tornou referência cultural em nossa comunidade por ter qualidade e ser gratuito, portanto não segrega ninguém.
Agora, quanto à divulgação do projeto, acredito ser benéfico uma maior atuação na mídia eletrônica (Rádio, TV locais e Internet) e sobretudo impressa (jornais e revistas locais). Como fundamental, acrescentaria também um folder com informações mais completas sobre cada programa para os espectadores, além de preservar o atual cartão postal como elemento de divulgação e registro do projeto para o público em geral. Seria interessante pensar em brindes (camisa, bonés e chaveiros) para serem distribuídos entre o público em cada seção e entre formadores de opinião.
O fator fundamental no que diz respeito ao suporte aos realizadores e aos usuários seria a criação de um site específico do Projeto Curta Petrobrás às Seis com informações completas sobre todos os ciclos já exibidos e em exibição, bem como estabelecer um banco de dados sobre o público espectador (espécie de Box Office oficial dos curtas no projeto) dos curtas em cartaz etc., além dos filmes poderem ser veiculados através da própria internet após serem exibidos no circuito exibidor de salas de cinema.
Para finalizar, gostaria de salientar a importância que o Projeto Curta Petrobrás às Seis tem para nós realizadores, como uma alternativa de retorno financeiro de nosso trabalho, que carece de visibilidade e mercado e que, aos poucos, pode se estruturar como importante atividade econômico-cultural de nosso país. Ainda há muito o que melhorar, só depende de nós!
Parabéns, Petrobrás!
Vida longa ao Projeto Curta Petrobrás às Seis!

Franco Groia
Cineasta
(Carta escrita à Assessoria do projeto por ocasião do fechamento do primeiro ano do Projeto "Curta às Seis" da Petrobrás em 2001)

Cinema com pão de queijo


Juiz de Fora quer entrar na rota da produção cinematográfica brasileira

João Carriço ficaria feliz com a notícia. Numa mobilização inédita, produtores e cineastas locais tentam viabilizar projetos de incentivo à produção, distribuição e visualização cinematográfica na cidade, com a parceria de órgãos municipais e também da iniciativa privada. O esforço vem rendendo frutos e a boa notícia é que, pela primeira vez, o orçamento municipal prevê um repasse de verbas para a produção na cidade de até R$ 50 mil.

Planos não faltam, declara o representante dos produtores locais e também cineasta, Franco Groia. Entre eles, a criação de um Circuito Municipal de Cinema e do Dia Municipal do Cinema - que seria comemorado em 27 de julho em homenagem ao cineasta João Carriço, e a revitalização do Cine Excelsior.

De concreto mesmo, garante ele, é a realização de um Festival Nacional de Curtas de Juiz de Fora ainda este ano. A proposta é fazer um festival a exemplo do que está sendo feito atualmente em Tiradentes, atraindo visibilidade para a produção não só nacional, mas também local, e proporcionando o turismo. "A Mostra de Tiradentes ainda está em sua 5ª edição e já conquistou uma visibilidade incrível. Nós também podemos conseguir isso, só que precisamos nos organizar", observa Franco.
A organização, no caso, depende da constituição do Conselho Municipal de Cinema, que pretende incluir dez representantes, sendo cinco de instituições ligadas ao poder público e cinco profissionais envolvidos com cinema. "O Conselho atuaria como um captador de recursos e incentivos, além de priorizar as ações e projetos", esclarece o vereador Biel (PT-JF), que também está empenhado nesta mobilização. Ele acredita que o projeto de criação do Conselho deve ser votado em março pela Câmara, já que o recesso que está começando vai até o Carnaval.
Parcerias com a Funarte, Ministério da Cultura e Riofilme também não estão descartadas, pelo contrário, representam uma importante articulação para o sucesso dos projetos, diz Franco. Ele afirma ainda que "o grande problema do cinema na cidade não é nem a produção, mas sim a distribuição do que é feito e, principalmente, que a população assista e conheça o trabalho realizado aqui."

Curta a cidade
De alguns anos para cá, a produção de filmes curta-metragens em Juiz de Fora vem aumentando, bem como a produção cinematográfica brasileira. A Lei Municipal Murilo Mendes de Incentivo à Cultura, atualmente, é uma das principais fontes de recursos para produtores e cineastas.
Para se ter uma idéia, desde 1998 até o ano passado, mais de oito curtas foram produzidos na cidade, entre eles Deus me Livre, de Alexei Divino e "Calçadão - Onde de Tudo Acontece", de Franco Groia. Isso sem contar os que não conseguiram ser finalizados até agora por falta de recursos ou incentivos, que totalizam cerca de mais dez filmes.

Em tempo - Os curtas juizforanos "Deus me livre", de Alexei Divino, e o vídeo "A vida além do arco-íris", de Rogério Terra Jr. serão exibidos na 5ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece de 18 a 26 de janeiro, na cidade de Tiradentes, em Minas Gerais.

Vale a pena ir até lá
A produção cinematográfica brasileira está em ritmo crescente. Para ver de perto, basta acessar um dos sites sugeridos abaixo e conhecer um pouco mais da história da sétima arte tupiniquim.
(Portal JF Service – 11 de janeiro de 2002)

"Calçadão" na programação cultural da I Mostra de Graduação e Pós-Graduação da UFJF

Cineasta exibe filme na Mostra da UFJF
Como diz o velho ditado, “o bom filho a casa torna”. Depois de se formar pela Faculdade de Comunicação Social em 1998, o cineasta juizforano Franco Groia retornou à UFJF, quinta-feira, dia 25, para apresentar a comédia “Calçadão”, o primeiro filme de sua carreira. A exibição fez parte da programação cultural da I Mostra de Graduação e Pós-Graduação da UFJF, que acontece até o próximo domingo, dia 28.
Franco, que participou da produção do longa-metragem “Labirinto de Pedra”, baseado na vida de Pedro Nava, recentemente lançado em rede nacional pela TVE, se mostrou entusiasmado com a oportunidade de poder mostrar seu trabalho em sua própria cidade. “Sou mais reconhecido em outras cidades do que em Juiz de Fora. Por isso, fiquei muito feliz com o convite e com a iniciativa”.
Durante um passeio pelos 2880 m² de estrutura montada para a Mostra, o cineasta participou de um programa ao vivo realizado pela Rádio Universitária e relembrou os tempos de faculdade. “Sou um contemporâneo da criação da Rádio Universitária. Fiz a primeira logomarca dela”. Franco ainda fez questão de ressaltar sua gratidão pela UFJF. “Aqui eu fiz minha base de cinema. Essa foi a grande escola da minha vida profissional”.
Franco também enfatizou a importância do evento na consolidação da imagem da UFJF. “Essa é uma ótima oportunidade para a UFJF se afirmar como referência nacional e provar para todos que está entre as melhores universidades do país. A UFJF está cada dia melhor.”

(M.D - UFJF - Notícias 26/11/2004)

Filmando "Chave"



Cenas da realização das filmagens do filme "Chave" em junho de 2004 no Central Shopping na cidade de Juiz de Fora. De cima para baixo, dirigindo a cena através do monitor do videoassist, o diretor conversando com seus assistentes de direção Daniel Gravelli (de boina) e Marcos Maslink e no set.

Entre amigos





Franco com os amigos Jussara, Fernanda Fernandes, Tiago e Giselle.