24 setembro 2005

Cinema com pão de queijo


Juiz de Fora quer entrar na rota da produção cinematográfica brasileira

João Carriço ficaria feliz com a notícia. Numa mobilização inédita, produtores e cineastas locais tentam viabilizar projetos de incentivo à produção, distribuição e visualização cinematográfica na cidade, com a parceria de órgãos municipais e também da iniciativa privada. O esforço vem rendendo frutos e a boa notícia é que, pela primeira vez, o orçamento municipal prevê um repasse de verbas para a produção na cidade de até R$ 50 mil.

Planos não faltam, declara o representante dos produtores locais e também cineasta, Franco Groia. Entre eles, a criação de um Circuito Municipal de Cinema e do Dia Municipal do Cinema - que seria comemorado em 27 de julho em homenagem ao cineasta João Carriço, e a revitalização do Cine Excelsior.

De concreto mesmo, garante ele, é a realização de um Festival Nacional de Curtas de Juiz de Fora ainda este ano. A proposta é fazer um festival a exemplo do que está sendo feito atualmente em Tiradentes, atraindo visibilidade para a produção não só nacional, mas também local, e proporcionando o turismo. "A Mostra de Tiradentes ainda está em sua 5ª edição e já conquistou uma visibilidade incrível. Nós também podemos conseguir isso, só que precisamos nos organizar", observa Franco.
A organização, no caso, depende da constituição do Conselho Municipal de Cinema, que pretende incluir dez representantes, sendo cinco de instituições ligadas ao poder público e cinco profissionais envolvidos com cinema. "O Conselho atuaria como um captador de recursos e incentivos, além de priorizar as ações e projetos", esclarece o vereador Biel (PT-JF), que também está empenhado nesta mobilização. Ele acredita que o projeto de criação do Conselho deve ser votado em março pela Câmara, já que o recesso que está começando vai até o Carnaval.
Parcerias com a Funarte, Ministério da Cultura e Riofilme também não estão descartadas, pelo contrário, representam uma importante articulação para o sucesso dos projetos, diz Franco. Ele afirma ainda que "o grande problema do cinema na cidade não é nem a produção, mas sim a distribuição do que é feito e, principalmente, que a população assista e conheça o trabalho realizado aqui."

Curta a cidade
De alguns anos para cá, a produção de filmes curta-metragens em Juiz de Fora vem aumentando, bem como a produção cinematográfica brasileira. A Lei Municipal Murilo Mendes de Incentivo à Cultura, atualmente, é uma das principais fontes de recursos para produtores e cineastas.
Para se ter uma idéia, desde 1998 até o ano passado, mais de oito curtas foram produzidos na cidade, entre eles Deus me Livre, de Alexei Divino e "Calçadão - Onde de Tudo Acontece", de Franco Groia. Isso sem contar os que não conseguiram ser finalizados até agora por falta de recursos ou incentivos, que totalizam cerca de mais dez filmes.

Em tempo - Os curtas juizforanos "Deus me livre", de Alexei Divino, e o vídeo "A vida além do arco-íris", de Rogério Terra Jr. serão exibidos na 5ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece de 18 a 26 de janeiro, na cidade de Tiradentes, em Minas Gerais.

Vale a pena ir até lá
A produção cinematográfica brasileira está em ritmo crescente. Para ver de perto, basta acessar um dos sites sugeridos abaixo e conhecer um pouco mais da história da sétima arte tupiniquim.
(Portal JF Service – 11 de janeiro de 2002)

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