25 setembro 2005

Sobre "Verdade ou Consequência"


Um filme que aborda as relações humanas

A produção em curta-metragem de 16mm "Verdade e Consequência" já passou pelo Sétimo Festival Brasileiro de Cinema Universitário e agora vai estar em Gramado. Seu diretor é o juizforano Aleques Eiterer. Acadêmico de cinema na Universidade Federal Fluminense (UFF), Aleques Eiterer começou como assistente de produção nos curtas "O Metro Quadrado" e "Oi Laura, Oi Luiz", ambos de 1996. Em 1997, fez assistência de produção do curta "Meninas" e direção de produção dos curtas "Tá na Mão" e "Gaivotas".

Em 1998, dirigiu e produziu seu primeiro curta, "O Livro" e tambem co-dirigiu, co-roterizou, produziu e fez assistência de montagem do curta "O Vestido Dourado". Sua estréia como montador foi em "Calçadão - Onde de Tudo Acontece".

Dentre outros países, Aleques esteve em Taiwan, no Golden Lion International Student Film Festival, em dezembro de 2000, para levar o curta "O Livro". "Eu estava chegando no Labocine (para trabalhar no "Verdade ou Consequência") quando recibe o telefonema confirmando a minha passagem doada pelo Ministério da Cultura", conta Eiterer. Em 2000, participou do 8º Art Film Festival (Eslováquia). Já estão confirmadas as participações de Verdade também na 29ª Jornada de Internacioanal de Cinema da Bahia e no 13º Festival Internacioanal de Curtas Metragens de São Paulo.

Dirigir "O Livro" foi diferente de "Verdade": Ao ser questinado da diferença entre a direção dos atores de cada um dos curtas, Aleques conta: "no Livro na verdade, não havia nenhum método definido de agir com o atores. Já em "Verdade ou Consequência", pude vir a trabalhar com um grupo fechado (de teatro) que era coordenado por Ivan Sugahara (da peça Um quarto de crime e castigo - inspirada na Crime e Castigo de Dostoievsky)." Aleques afirma que por falta de recursos financeiros e estrutura de apoio "Verdade ou Consequência" apresentou maior dificuldade na hora de finalizar.

De qualquer forma, o resultado final tem sido bem recebido, tanto que o trabalho foi selecionado dentre vários outros títulos em 16mm para concorrer ao Prêmio de Melhor Curta-metragem no Festival de Gramado. Na lista, "Um Sol Alaranjado", do seu colega de faculdade Eduardo Valente, que recebeu o prêmio de melhor curta-metragem de Cannes deste ano.

Aleques conta que Verdade ou consequência é um filme "que aborda as relações humanas", tanto que na sinopse, lê-se: "As verdades e consequências nos atos de cinco amigos". Em 13 minutos de película, o cineasta trabalhou com Ângela Câmara, Lucas Gouvêia, Joelson Gusson, Cristina Flores e Ítala Mattos. O drama foi escrito a quatro mãos no ano de 99 e rodado no mês de maio de 2000 em vários pontos da cidade de Juiz de Fora, incluindo, Borboleta, Marilândia, São Pedro, Represa de São Pedro, Centro e Rodoviária. Aliás, esta foi a primeira vez que o terminal foi utilizado pelo cinema brasileiro como set de filmagem. No elenco, além de um grupo atores de teatro Rio trabalhando movidos pela estréia em cinema, houve a atuação de atores mirins e adultos de Juiz de Fora: André Ribeiro, Felipe Malta, Hugo Almeida, Márcio Cândido e Eugênia Gaio. Franco Groia atuou na produção e diz como foi trabalhar com Aleques: "ele tem uma coisa muito singular, ele trouxe uma equipe que já trabalhava com ele, portanto, já havia uma articulação, uma cumplicidade. Isso eu acho importante no diretor - ao mesmo tempo interagindo Juiz de Fora com o pessoal do rio".

O co-produtor Franco Groia fala ainda que "Verdade ou Consequência não pode ser encarado como um uníco filme de Juiz de Fora, mas sim como apenas um dentro de todo um contexto de produções e ações individuais de seus produtores que vêm lutando por um a política cinematográfica estruturada para o município." Groia ainda acrescenta: "O que a cidade proporciona pode ser aprimorado cada vez mais e outras produções poderão vir a ser realizadas." Desde o ano 2000, aproximadamente, várias aticulações de produtores locais têm acontecido, resultando em várias audiências públicas. Inclusive, uma proposta, já aprovada em lei (número 10.171/2002) e de autoria do vereador João Batista Barbosa Júnior, definiu o Dia Municipal do Cinema (27 de julho). E, há cerca de um ano e meio, tramita na Câmara Municipal a proposta de criação de um Conselho Municipal de Cinema e a criação do Fundo Municipal de Cinema. Tanto o conselho como o fundo fazem parte de um projeto de lei de autoria do vereador Gabriel dos Santos.
Confira a lista de concorrentes ao Prêmio de Melhor Curta-metragem em 16mm do 30º Festival de Gramado:
Como Comi Darlene (São Paulo, 2002, 8min);
Em Nome do Pai (São Paulo, 2002, 18min);
Entrega Rápida (São Paulo, 2002, 3min);
Justiça Infinita (Rio Grande do Sul, 2002, 11min);
Miopia (Rio Grande do Sul, 2000, 11min);
Pequeno Perfil de um Cidadão Comum (Rio Grande do Sul, 2002, 3min50seg);
Riso-Hiena (São Paulo, 2002, 13min);
Um Sol Alaranjado (Rio de Janeiro, 2001, 17min);
Verdade ou consequência (Minas Gerais, 2002, 13min)
(Portal JFGuia - 14 de agosto de 2002)

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