(Informativo "Notícias" do site da Universo, setembro de 2005)
30 setembro 2005
Produção de alunos da UNIVERSO ganha prêmio
(Informativo "Notícias" do site da Universo, setembro de 2005)
Deficientes tem acessibilidade garantida em bancos
Caso a determinação não seja cumprida, o banco terá que pagar uma multa diária de R$ 500. A decisão foi tomada com base na Lei de Direito do Consumidor. O advogado de Franco Groia alegou a dificuldade de acessibilidade a um serviço prometido pela instituição. Groia reclama da falta de visibilidade da tela e da dificuldade de acesso ao teclado dos terminais.
Ministério Público cobra adequações em caixas eletrônicos
O caixa de auto-atendimento adaptado pelo Bradesco para pessoas com deficiência foi considerado inadequado para essa clientela. Esta foi a conclusão do promotor de Defesa do Consumidor, Plínio Lacerda, que ontem visitou a agência da Rua Halfeld com o cineasta Franco Groia, autor de ação contra a instituição por falta de acessibilidade. Segundo Plínio, foi emitido auto de constatação das dificuldades verificadas. Além disso, será providenciada a elaboração de laudo técnico e agendado novo encontro com o banco. A meta é firmar termo de ajustamento de conduta. De acordo com Franco, embora tenham sido providenciados recuo para entrada da cadeira de rodas e redução da altura, ainda são necessárias modificações.
O Bradesco afirma que o assunto está sub judice e que a agência está à disposição do cliente para atendê-lo em todas as suas necessidades bancárias.
28 setembro 2005
Preto e branco
Retrato em branco & preto do cinema
“Não sabemos quantos filmes em P&B são produzidos atualmente no Brasil e no mundo, mas temos certeza de sua importância como linguagem. Até hoje, aprende-se cinema realizando em P&B”, afirma Groia, idealizador e coordenador geral do festival, citando grandes obras mais recentes, como “A lista de Schindler” (Steven Spielberg), “Psicose” (Alfred Hitchcock) e “Asas do desejo” (Win Wenders), filmadas sem technicolor anos depois de a cor dominar o cinema e a televisão.
Abaixo a ditadura da cor
“O cinema nasceu preto e branco e mudo. Esta é sua essência, sua linguagem pura”, defende Groia. “Até hoje, os melhores fotógrafos do mundo têm preferência pelo P&B, porque a cor distrai o olhar.” O coordenador da mostra lembra que o primeiro longa colorido foi “O mágico de Oz”. No filme, foram utilizadas as duas tecnologias para contar a história da menina Doroty. Quando o filme mostra a realidade da garota, é usado o P&B. A cor só aparece no mundo da fantasia.
“Há toda uma geração que tem aversão ou estranhamento ao P&B, considerando, erroneamente, estas produções como filmes menores. Averiguei em diversos fóruns e debates sobre o cinema e não encontrei nenhum evento dedicado ao preto e branco. Por isto decidi criar o Black and White”, justifica. Até 28 de maio, na mostra competitiva, podem ser inscritos filmes de qualquer formato, desde que em preto e branco, realizados a partir de janeiro de 2003. Obras anteriores poderão entrar nas mostras paralelas, que incluem clássicos do cinema em preto e branco.
A expectativa de Groia é despertar o interesse dos jovens realizadores, oferecendo a oportunidade de apresentar e discutir filmes diferentes, inovadores e vários clássicos do cinema mundial, norteadores da produção audiovisual em toda a história da cinematografia mundial. Estão programadas mostras de filmes e vídeos, oficinas, encontros e debates, onde serão discutidos os rumos da produção audiovisual e a necessidade de se democratizar o cinema, principalmente o realizado em preto e branco.
(Jornal "Tribuna de Minas", dia 27 de abril de 2005)
Blog interativo
O cineasta juizforano Franco Groia inaugurou seu blog oficial. O espaço compila dados de sua vida, produções e making off, matérias e amigos. Quem quiser conhecer, o endereço é http://francogroia.blogspot.com/
(Jornal Panorama, Coluna Douglas Fazolatto, dia 28 de setembro de 2005)
27 setembro 2005
"Labirinto de Pedra" na TVE Rede Brasil
Labirinto de pedra
"Calçadão" em cartaz em Fortaleza
(Jornal "Diário do Nordeste" - dia 09 de setembro de 2001)
Consolidação de um evento
(Jornal "O Tempo", de 22 de fevereiro de 2005)
25 setembro 2005
JF estréia no Festival de Gramado com curta-metragem
O filme "Verdade ou Conseqüência" foi selecionado para a mostra competitiva de curtas-metragens na categoria ficção 16 mm. As filmagens foram realizadas em Juiz de Fora em dezembro de 2000. Do início das gravações até a finalização dos trabalhos passou-se um ano e quatro meses. Os locais utilizados pela direção foram represa São Pedro, rodoviária e bairros Borboleta e São Pedro. Ao todo, 18 pessoas, entre atores e técnicos, participaram da produção. Segundo o produtor executivo do filme, Franco Groia, os custos ficaram em torno de dez mil reais, sem contar com patrocínio e apoio. Ele destaca que todos os atores que participaram das gravações abriram mão do cachê para que o filme pudesse ser realizado. A estréia foi no 7º Festival Brasileiro de Filmes Universitários, na Universidade Federal Fluminense, em maio de 2002. A próxima exibição pública está marcada para o dia 15 de agosto, no festival de Gramado. Logo em seguida, o filme segue para o 13º Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, sendo exibido nos dias 26, 27, 28 e 29 de agosto.
A idéia surgiu de uma conversa entre dois dos roteiristas do filme, Aleques Eiterer e Flávio Magalhães. Flávio falava sobre como seria reencontrar seu primeiro amor, que ele não via há vários anos. A partir daí, eles começaram a trabalhar a idéia do reencontro de amigos de infância que não se viam há muito tempo. A história gira em torno do personagem principal que chega a Juiz de Fora e revê seus amigos que também foram embora da cidade. Em um bar onde estavam reunidos, um deles sugere que os cinco participem de uma brincadeira chamada verdade ou conseqüência. O grupo aceita e, no decorrer das perguntas que são feitas uns aos outros, as máscaras vão caindo e fatos chocantes sobre os participantes vão vindo à tona. Quem assistir ao curta juizforano poderá perceber influência da cinematografia iraniana, que Aleques considera interessante por trabalhar questionamentos profundos em histórias simples. Para ele, também é possível notar uma analogia com o universo de Nelson Rodrigues quando o roteiro trabalha questões como homossexualismo e incesto, fazendo uma espécie de "raio-x" da sociedade. Aleques Eiterer é aluno do curso de cinema da UFF e já escreveu e dirigiu outros dois curtas: "Livro" e "Vestido Dourado".
De acordo com Franco, o próximo passo, depois de "Verdade ou Conseqüência", é trabalhar na consolidação das políticas no setor cinematográfico. Ele luta para que exista uma legislação municipal efetiva no sentido de promover, divulgar e distribuir os filmes feitos na cidade. Franco ainda diz que este curta é resultado de todo um trabalho que começou em 1998 com o filme "Calçadão". "Ele é fruto da luta pela existência de uma política de sustentabilidade das produções cinematográficas na cidade. O cinema mineiro existe e não fica só na capital. Nós, produtores, diretores e roteiristas da cidade, batalhamos muito para que cada vez mais se entenda que um trabalho bem estruturado pode dar frutos diversos e positivos".
Sobre "Verdade ou Consequência"
A produção em curta-metragem de 16mm "Verdade e Consequência" já passou pelo Sétimo Festival Brasileiro de Cinema Universitário e agora vai estar em Gramado. Seu diretor é o juizforano Aleques Eiterer. Acadêmico de cinema na Universidade Federal Fluminense (UFF), Aleques Eiterer começou como assistente de produção nos curtas "O Metro Quadrado" e "Oi Laura, Oi Luiz", ambos de 1996. Em 1997, fez assistência de produção do curta "Meninas" e direção de produção dos curtas "Tá na Mão" e "Gaivotas".
Em 1998, dirigiu e produziu seu primeiro curta, "O Livro" e tambem co-dirigiu, co-roterizou, produziu e fez assistência de montagem do curta "O Vestido Dourado". Sua estréia como montador foi em "Calçadão - Onde de Tudo Acontece".
Dentre outros países, Aleques esteve em Taiwan, no Golden Lion International Student Film Festival, em dezembro de 2000, para levar o curta "O Livro". "Eu estava chegando no Labocine (para trabalhar no "Verdade ou Consequência") quando recibe o telefonema confirmando a minha passagem doada pelo Ministério da Cultura", conta Eiterer. Em 2000, participou do 8º Art Film Festival (Eslováquia). Já estão confirmadas as participações de Verdade também na 29ª Jornada de Internacioanal de Cinema da Bahia e no 13º Festival Internacioanal de Curtas Metragens de São Paulo.
Dirigir "O Livro" foi diferente de "Verdade": Ao ser questinado da diferença entre a direção dos atores de cada um dos curtas, Aleques conta: "no Livro na verdade, não havia nenhum método definido de agir com o atores. Já em "Verdade ou Consequência", pude vir a trabalhar com um grupo fechado (de teatro) que era coordenado por Ivan Sugahara (da peça Um quarto de crime e castigo - inspirada na Crime e Castigo de Dostoievsky)." Aleques afirma que por falta de recursos financeiros e estrutura de apoio "Verdade ou Consequência" apresentou maior dificuldade na hora de finalizar.
De qualquer forma, o resultado final tem sido bem recebido, tanto que o trabalho foi selecionado dentre vários outros títulos em 16mm para concorrer ao Prêmio de Melhor Curta-metragem no Festival de Gramado. Na lista, "Um Sol Alaranjado", do seu colega de faculdade Eduardo Valente, que recebeu o prêmio de melhor curta-metragem de Cannes deste ano.
Aleques conta que Verdade ou consequência é um filme "que aborda as relações humanas", tanto que na sinopse, lê-se: "As verdades e consequências nos atos de cinco amigos". Em 13 minutos de película, o cineasta trabalhou com Ângela Câmara, Lucas Gouvêia, Joelson Gusson, Cristina Flores e Ítala Mattos. O drama foi escrito a quatro mãos no ano de 99 e rodado no mês de maio de 2000 em vários pontos da cidade de Juiz de Fora, incluindo, Borboleta, Marilândia, São Pedro, Represa de São Pedro, Centro e Rodoviária. Aliás, esta foi a primeira vez que o terminal foi utilizado pelo cinema brasileiro como set de filmagem. No elenco, além de um grupo atores de teatro Rio trabalhando movidos pela estréia em cinema, houve a atuação de atores mirins e adultos de Juiz de Fora: André Ribeiro, Felipe Malta, Hugo Almeida, Márcio Cândido e Eugênia Gaio. Franco Groia atuou na produção e diz como foi trabalhar com Aleques: "ele tem uma coisa muito singular, ele trouxe uma equipe que já trabalhava com ele, portanto, já havia uma articulação, uma cumplicidade. Isso eu acho importante no diretor - ao mesmo tempo interagindo Juiz de Fora com o pessoal do rio".
O co-produtor Franco Groia fala ainda que "Verdade ou Consequência não pode ser encarado como um uníco filme de Juiz de Fora, mas sim como apenas um dentro de todo um contexto de produções e ações individuais de seus produtores que vêm lutando por um a política cinematográfica estruturada para o município." Groia ainda acrescenta: "O que a cidade proporciona pode ser aprimorado cada vez mais e outras produções poderão vir a ser realizadas." Desde o ano 2000, aproximadamente, várias aticulações de produtores locais têm acontecido, resultando em várias audiências públicas. Inclusive, uma proposta, já aprovada em lei (número 10.171/2002) e de autoria do vereador João Batista Barbosa Júnior, definiu o Dia Municipal do Cinema (27 de julho). E, há cerca de um ano e meio, tramita na Câmara Municipal a proposta de criação de um Conselho Municipal de Cinema e a criação do Fundo Municipal de Cinema. Tanto o conselho como o fundo fazem parte de um projeto de lei de autoria do vereador Gabriel dos Santos.
Em Gramado
Primeiro Plano 2003
Em entrevista ao Zine, Franco fala de seus planos profissionais e revela as últimas novidades da edição 2003 do Festival de Cinema Primeiro Plano, que acontece em JF de 21 a 25 de outubro.
A atividade cultural da cidade se reflete numa total desorganização. A atividade surge espontaneamente, como surgiu a vontade de realizar cinema na minha época, quando fiz os cursos de capacitação em 1998... Mas, não há uma estruturação. Não temos um sindicato de artistas forte, atuante, não temos um mercado de trabalho organizado, porque faltam mecanismos, estruturas que façam eles se profissionalizarem. E o poder público de certa forma joga na mão dos fazedores de cultura essa responsabilidade, se isentando do dever de propiciar e incentivar essa organização.
Nós temos até um projeto de lei, proposto pelo Biel, que se arrasta há cerca de um ano e meio, que trata da constituição de um Conselho Municipal de Cinema agregado a um Fundo Municipal de Cinema. Esse projeto não é algo idealista, não, é espelhado numa política nacional, que já foi viabilizada em outras cidades. Nós queremos implantar isso aqui, porque a cidade deve voltar ao seu patamar de inovação e vanguarda artística e cultural. O cinema é muito importante e o cinema de Juiz de Fora faz com que as pessoas comecem a pensar na sua relação com a cidade, o que pode levar a uma mudança de mentalidade e de atitude.
Você já pensou em sair da cidade? Quais são suas expectativas de futuro?
É um dilema violento, mas a minha identidade, a minha personalidade é de alguém bem teimoso, meio cabeçudo... (risos). Mas já tive vários convites, e descartei todos porque ainda acredito que vai haver uma maior valorização do cinema local. E o fruto deste ideal, que me motiva, é a realização do Festival Primeiro Plano. Este evento é a única coisa concreta que nós conseguimos implementar efetivamente na cidade, mostrando o potencial que o cinema tem enquanto multiplicador e irradiador de cultura, uma cultura de costumes, uma cultura turística que a gente pode estar agregando à cidade, palco da nova geração do cinema nacional. Através desse festival, anualmente a cidade pode estar sendo propagada no Brasil inteiro como a janela do novo realizador. E isso tudo faz parte de uma grande luta que a gente está vencendo, já realizando a segunda edição do Primeiro Plano.
A iniciativa para se criar o Primeiro Plano nasceu há dois anos atrás, quando nós paramos pra pensar que Juiz de Fora é um pólo produtor de cinema. No entanto, os investimentos para cinema só são obtidos para a produção. Não existe nenhuma ação do município que contemple as outras necessidades, como a promoção e a difusão desses filmes. Aí, cai para o produtor individual a luta para exibir, sem nenhum retorno. E como um filme não tem função nenhuma se fica na prateleira, nós pensamos em realizar um festival.
Agora, entre os objetivos, o que nos motiva a fomentar esse festival anual é o desejo de ser um canal de exibição de produtos feitos na cidade, junto com produções do Brasil inteiro. Tem também o caráter de competição nacional, entre curtas metragens, e a competição regional de vídeos. Tudo isso para incentivar a produção local, para que novos produtores sejam capazes de se estruturar enquanto realizadores.
Eu e o Aleques Eiterer somos os coordenadores, mas foi ele o idealizador de fazer um festival voltado para o primeiro filme, tendo esta característica como a principal, o que faz com que o Primeiro Plano não seja apenas mais um festival de cinema. Quer dizer, o grande diferencial nosso é incentivar os grandes cineastas do amanhã, porque todo cineasta começa com o primeiro filme. No mundo todo, só existe um festival similar, na França, de onde surgiu nossa inspiração.
Para a realização contamos com o grupo Luzes da Cidade, compostos por cinéfilos e produtores culturais da cidade que atuam sem fins lucrativos, e a Groia Filmes, que é a minha empresa.
Hoje nós temos um grande patrocinador para o mercado de curtas, que é a Petrobrás, mas entendemos que outras empresas também devam fazer o mesmo. E, localmente, nós lutamos para que o poder público possa dar esse passo fundamental, com a estruturação de uma sala municipal de cinema, pois não basta uma saleta como aquele Anfiteatro João Carriço, que chega a ser uma vergonha em termos de investimento. Precisamos de numa sala com estrutura própria, uma Sala Municipal de Cinema gratuito, porque o cinema deve ser prioridade nos investimentos culturais, é uma arte que pode agregar todas, o teatro, a dança, a música. Nós insistimos para que isso aconteça aqui, porque temos uma base para isso. Temos o Cine Excelsior aí parado, só falta um pouco de investimento do poder público.
Estamos fechando alguns acertos. Temos alguns apoios fundamentais, por exemplo do Terra, que está desenvolvendo o site do festival, que vai virar um grande portal. Temos parceira também com o canal Brasil, que nos apóia na promoção. Enfim, temos alguns parceiros estratégicos que estão aí, desde o ano passado, acreditando e fazendo acontecer.
O ano passado foi genial, como primeiro ano. Nós tivemos a exibição de 77 filmes, sendo 28 em caráter competitivo, entre curtas e longas. Nós ainda priorizamos o formato curta-metragem, mas para o próximo ano estamos planejando abrir a competição para longas, porque a atividade cinematográfica nacional está crescendo muito.
Eu vou te contar uma grande novidade, em primeira mão aqui para o ZineCultural. É uma coisa que nós ficamos sabendo há algumas semanas, que a gente conseguiu recursos da Lei Rouanet. É isso aí, o Festival está habilitado na Lei Rouanet! Mediante todos os obstáculos burocráticos, com essa votação da reforma da previdência e tudo o vem acontecendo no Congresso Nacional, as leis de incentivo a cultura ficaram meio paradas. Esse resultado já era pra ter saído em maio, mas como só veio agora, nós vamos fazer a captação de recursos para o Festival desse ano, já pensando na sua continuidade em 2004. Fomos aprovados em R$334.724,91 para captação.
Nós queremos que o Primeiro Plano seja o grande festival da cidade, porque temos vocação pra cultura, fomos berço de grandes nomes como Murilo Mendes, Pedro Nava, João Carriço, que foi um pioneiro do cinema mineiro. Temos também grandes músicos, grandes artistas. Enfim o Brasil precisa conhecer nossa produção e o festival serve não só neste sentido, mas também para nós bebermos do que está acontecendo no resto do país. Este é que é o grande barato!
O Festival Primeiro Plano tem entrada franca e vai acontecer no Pálace de 21 a 25 de outubro.
A programação ainda vai sair, é só ficar ligado no site para saber das novidades que vão acontecer. Nós esperamos que o Festival seja, mais uma vez, um elemento de motivação para que novas produções sejam realizadas, porque o próximo ano já está batendo na nossa porta. Enfim, o cinema nacional está velho, os grandes cineastas estão todos com mais de 60 anos. Então temos essa urgência de incentivar os novos talentos. Uma cinematografia que se preza tem que estar constantemente trazendo o novo, novos realizadores, novos pensadores. Nós temos a consciência de que é essa a nossa função, mesmo que seja a médio ou a longo prazo, nada imediato.
Embaixo d´água!
Pró-Música investe na Sétima Arte
Nos últimos anos, Juiz de Fora ganhou projeção nacional por lançar estrelas no cenário cultural brasileiro. Recentemente, a atriz mirim Lara Rodrigues foi escolhida para interpretar a Narizinho, personagem do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, nesta nova montagem para a TV. Como entidade que busca fomentar a cultura na cidade, o Centro Cultural Pró-Música, em parceria com a Groia Filmes Cinematográfica, realiza neste mês de fevereiro o 1º Laboratório de Atores para Cinema e TV.
O curso será ministrado pelo cineasta Juizforano Franco Groia e terá duas turmas de 20 alunos cada, divididas por faixa etária: uma de 13 a 18 anos e outra, formada por maiores de 18. O laboratório terá duração de uma semana, com carga horária de 16 horas e está aberto para atores, modelos, estudantes e até profissionais comunicação, vídeo, cinema e publicidade.
(Jornal do Pró-Música, número 131, de fevereiro de 2002)
III Mostra de Cinema e Arquitetura
Luta por um Pólo Audiovisual em JF
Ao contrário do mercado fonográfico, o cinema brasileiro vai bem, equilibrando-se entre sucessos comerciais incontestáveis, caso de "A partilha", com mais de 1,3 milhão de pagantes, e produtos que primam pelo caráter eminentemente artístico, como "Bicho de sete cabeças", "Lavoura arcaica" e "Abril despedaçado" (fortes títulos a representarem o Brasil na corrida pelo Oscar), e exemplos de entretenimento de qualidade, como "O Xangô de Baker Street". Enquanto as perspectivas melhoram com a criação da Agência de Cinema Brasileiro, produtores de curtas-metragens de Juiz de Fora vão à Câmara Municipal esta tarde apresentar um projeto para viabilizar a realização de cinema na cidade, ou, traduzindo em português claro, tentar garantir apoio financeiro para a produção de filmes às margens do Paraibuna.
"Vivemos uma estagnação da produção cinematográfica local, já que a Lei Murilo Mendes (Lei MM) só agraciou projetos em vídeo em sua última edição", critica o produtor Franco Groia, único vencedor do primeiro Prêmio de Curtas-Metragens do Pólo Audiovisual de Juiz de Fora a ter seu filme concluído e exibido. "O cinema da cidade não pode depender disso, pois precisa ter uma política especial de produção". Junto de outros produtores, ele defende a criação de um órgão gestor municipal para cinema, com autonomia para fiscalizar a inadimplência em relação à captação de recursos. "Temos que pensar profissionalmente e perceber a necessidade de parâmentros orçamentários diferentes para a produção de vídeo e a cinematográfica".
Para o assesor da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), Luis Fernando Taranto, a abertura de novas salas de cinema na cidade é uma prova de que o Pólo Audiovisual de Juiz de Fora funciona, atraindo a atenção de empresas exibidoras, sendo que este mercado deve sofrer um aquecimento com a implantação dos canais locais de TV a cabo. "A Prefeitura não tem recursos para garantir a produção de curtas, sendo que, nos dois concursos a PJF e a UFJF entraram com 60% dos custos de produção", comenta ele. "A política não pode ser "venha a nós tudo e ao vosso reino nada". Taranto afirma que solicitou ao deputado federal Paulo Delgado o encaminhamento de uma emenda ao orçamento de R$ 120 mil, a serem usados na implantação de uma "oficina de cinema", criando uma logística para facilitar a produção local.
"A grande verdade é que não há Pólo Audiovisual na cidade. O que existe são pessoas desejosas e fazedoras de cinema que tentam transformar seus projetos em realidade", assim respondeu Alexei Divino, diretor do curta "Deus me livre", cuja estréia acontece no grande teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, no dia 1º de novembro. Realizado com R$ 60 mil, através do prêmio Estímulo concedido pela Associação Curta Minas com patrocínio da Cemig, a produção foi toda rodada em Juiz de Fora. "Não recebi qualquer apoio da cidade, mas fiz questão de trabalhar com técnicos e artistas daqui", conta ele, defendendo a criação de um prêmio para estimular a produção, desde que o processo seja absolutamente transparente.
Equipe de "Calçadão"
Ensaiando "Chave"
Ensaiando com o ator Samir Hauaji (sendo filmado, na TV), Franco preocupa-se com o enquadramento do plano e cronometra a sequência, junto com seu assistente de direção Marcos Maslink (com a filmadora) durante a Oficina de Assistência de Direção - realizada em parceria com a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) de Juiz de Fora.