27 setembro 2005

"Labirinto de Pedra" na TVE Rede Brasil


Filme sobre Pedro Nava vai ao ar hoje na TVE Rede Brasil
A TVE Rede Brasil exibe hoje, às 23h30, o longa-metragem "Labirinto de Pedra", no qual o mineiro de Ponte Nova radicado em Juiz de Fora José Sette enfoca a vida e a obra do memorialista juizforano Pedro Nava. A estréia da produção local, da Groia Filmes Cinematográfica, acontece no programa "Cadernos de Cinema", seguido de debate. A obra foi filmada em Juiz de Fora e Belo Horizonte, entre setembro e outubro do ano passado, com orçamento de R$ 30 mil, mais de 80% deles vindos da Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura, e conta com a participação de atores locais, como Natálio Luz, que encarna o papel principal, além de Marcos Marinho, Robson Terra, José Eduardo Arcuri, Guilherme (Gueminho) Bernardes e Daniela Guimarães.
O filme que o público poderá conferir hoje é uma realização de um sonho antigo de Sette, que era ter Nava em seu filme mais famoso, "Um filme 100% Brasileiro", que narra a vinda ao Brasil do poeta modernista franco-suíço Blaise Cendrars, grande descobridor do barroco mineiro, e seu encontro com os modernistas da Semana de 22. Em 1980, ele chegou a se encontrar com Nava no apartamento de Carlos Drummond de Andrade e no do próprio médico memorialista, mas não conseguiu convencê-lo a vencer a depressão e participar da obra, na qual encontraria os modernistas no Café Moderno, onde se reunia o Grupo Estrela, de Drummond. Nava perseguiu Sette todos estes anos, até que "Labirinto de pedra" se concretizasse.
"Tentei resgatar a alma modernista de Oswald de Andrade e seus amigos, que naquela histórica viagem redescobriram a importância do barroco mineiro para o movimento de 22. É um filme de ficção que resgata esses encontros perdidos e retoma, de maneira poética, com trechos e esquetes, situações e histórias, o olhar afiado, singular, cheio de detalhes significativos na visão modernista desse médico e escritor enigmático chamado Pedro Nava", diz Sette em texto de apresentação do filme. O roteiro do filme se inspirou em obras clássicas como "Baú de ossos", "Chão de ferro", "Beira mar" e "Galo das trevas", "até culminar no silêncio enigmático dos telefonemas não atendidos, cinematográfico prenúncio de seu fim, limite entre a ficção e o documentário."
(Jornal "Tribuna de Minas", de 09 de maio de 2004)

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